Na véspera, a moeda norte-americana avançou 0,29%, cotada a R$ 5,5188. A bolsa de valores encerrou em alta de 0,45%, aos 137.165 pontos. Israel x Irã: cessar-fogo entra no segundo dia após disputa de versões sobre vitória
O dólar passou a operar em alta de 0,42% nesta quarta-feira (25), cotado a R$ 5,5419 perto das 09h30. As negociações do Ibovespa, por sua vez, só começam a partir das 10h.
▶️A trégua entre Irã e Israel entrou no segundo dia nesta quarta-feira, após ambos os países confirmarem o fim do conflito, na véspera. A notícia volta a trazer fôlego para os mercados, abrindo espaço para um maior apetite por risco e para um ajuste nos preços do petróleo após as fortes variações dos últimos dias.
▶️ A proximidade do fim do prazo de suspensão do tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, também segue no radar dos investidores. Washington ainda busca concluir acordos com seus principais parceiros. Na terça-feira, o jornal britânico “Financial Times” informou que a União Europeia prepara tarifas retaliatórias para garantir melhor acordo comercial com o republicano.
▶️ Nesse sentido, o mercado também monitora novas falas do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, que deve falar ao Senado norte-americano nesta quarta. Na véspera, o banqueiro central afirmou que a instituição ainda espera para ver quais serão os efeitos das tarifas nos preços norte-americanos antes de baixar os juros do país.
Powell tem sido duramente criticado por Trump, que continua a pedir por cortes nos juros do país — ainda mais depois de a instituição ter mantido as taxas inalteradas na última semana pela 4ª vez consecutiva. Na véspera, o republicano chamou o banqueiro central de “burro” e “teimoso”.
▶️ No Brasil, os impasses do governo com o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) voltam a ficar no radar. Segundo o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos) a Casa deverá voltar o Projeto de Lei que derruba a alta do imposto nesta quarta-feira. (Entenda mais abaixo)
Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,11%;
Acumulado do mês: -3,48%;
Acumulado do ano: -10,69%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -0,58%;
Acumulado da semana: +0,04%;
Acumulado do mês: +0,10%
Acumulado do ano: +14,03%.
Fim do conflito no Oriente Médio
O cessar-fogo entre Irã e Israel entrou no segundo dia nesta quarta-feira. Ambos os países declararam o fim do conflito na véspera, o que deve trazer uma nova sessão positiva de negócios para os mercados acionários.
As bolsas de valores asiáticas, por exemplo, tiveram mais um dia de alta generalizada, com investidores monitorando a estabilidade da trégua no Oriente Médio e repercutindo as últimas falas de Powell. (Entenda mais abaixo)
Já na Europa, os índices acionários estavam mistos, conforme o mercado avaliava discussões sobre um aumento dos gastos militares para países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Por fim, os preços do petróleo operavam em leve alta, em ajuste após as fortes quedas vistas nos últimos dias.
Os confrontos entre Israel e Irã começaram em 13 de junho. Militares israelenses lançaram uma operação para destruir alvos nucleares iranianos, e Teerã retaliou com mísseis contra cidades como Tel Aviv, Haifa e Jerusalém.
Os bombardeios causaram mais de 240 mortes e milhares de feridos, segundo dados oficiais. Instituições independentes, no entanto, estimam que o número real pode ser ainda maior. O conflito também penalizou os mercados globais, em meio a temores da guerra e seus possíveis efeitos no transporte de petróleo.
Guerra comercial e efeitos nos juros
Com os ânimos mais calmos no Oriente Médio, as atenções do mercado se voltam, agora, para a guerra comercial impulsionada pelo tarifaço de Trump. A suspensão de 90 dias anunciada pelo republicano está chegando ao fim, e investidores seguem na expectativa pelo anúncio de novos acordos por parte dos EUA.
Na véspera, o jornal britânico “Financial Times” informou que a União Europeia prepara tarifas retaliatórias para garantir melhor acordo comercial com o republicano. Já o Paquistão afirmou que as negociações comerciais com os norte-americanos serão concluídas na próxima semana.
Nesse sentido, a falta de uma definição sobre as tarifas dos EUA contra seus principais parceiros comerciais continua a preocupar investidores.
🔎 O mercado entende que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar a uma desaceleração da maior economia do mundo ou até mesmo a uma recessão global.
Com isso, as novas falas do presidente do Fed, Jerome Powell, continuam no radar. Na terça-feira, o banqueiro central voltou a reforçar que o Fed vai esperar novos estudos para saber eventuais impactos do tarifaço de Trump na inflação norte-americana antes de definir os rumos das taxas de juros do país.
“Os aumentos de tarifas neste ano provavelmente elevarão os preços e pesarão sobre a atividade econômica”, afirmou Powell durante depoimento perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA. Nesta quarta-feira, o banqueiro central falará ao Senado norte-americano.
Os sinais do Fed de que deve manter as taxas de juros inalteradas até que os efeitos do tarifaço na inflação fiquem mais claros tem gerado fortes críticas por parte do presidente norte-americano, Donald Trump.
Na terça-feira, o republicano chamou Powell de “burro” e “teimoso” em suas redes sociais.
“Deveríamos estar pelo menos dois a três pontos abaixo”, afirmou Trump, em uma publicação nas redes sociais antes da participação de Powell na audiência. Ele também disse esperar que “o Congresso realmente acabasse com essa pessoa muito burra e teimosa”.
De olho no IOF
Por fim, os impasses do governo com a alta do IOF voltam ao radar dos investidores. Segundo o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), a proposta que suspende os efeitos do decreto que aumentou o imposto deve ser pautada na Casa nesta quarta-feira (25).
O anúncio, feito por meio de uma publicação de Motta em seu perfil no X, pegou o governo de surpresa. Em entrevista ao Blog da Andréia Sadi, o presidente da Câmara afirmou que não precisa avisar o governo sobre tudo.
“A urgência da votação do decreto falou por si só. E o presidente da Câmara tem que seguir a maioria. Preciso fazer uma pauta que atenda à Casa e ao Brasil – e a Casa não vai aceitar aumento de imposto para resolver problema fiscal do Brasil”, disse.
O debate, no entanto, não estava no script. Segundo apuração o Blog do Camarotti, a percepção, de acordo com um articulador político do governo, é que isso deve paralisar o Orçamento — inclusive o pagamento de emendas parlamentares.
Isso porque o decreto que prevê o aumento do IOF, entre outras medidas econômicas, já havia sido desidratado. Diante disso, não dava para prescindir dessa arrecadação imediata.
Existe um ambiente de insatisfação entre o Executivo e o Legislativo, e a votação é considerada uma derrota simbólica para o governo. Parte da insatisfação dos deputados está relacionada a atrasos na liberação de emendas parlamentares. O governo argumenta que tem acelerado o cronograma de repasses.
A expectativa era que a Câmara aguardasse, pelo menos, a divulgação do resultado do relatório bimestral — marcada para 22 de julho. Com isso, o governo teria uma percepção melhor do cenário em relação às contas públicas e, assim, analisar a questão do IOF.
Ainda segundo o blog, articuladores políticos do Planalto devem trabalhar para tentar reverter a situação e segurar a votação.
Notas de dólar.
Luisa Gonzalez/ Reuters
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