A Polícia Civil do Rio deu início nesta segunda-feira, 23, a uma ação para recuperar celulares furtados ou roubados. A ofensiva mira especialmente os aparelhos já comercializados ilegalmente e que, portanto, já estão em posse de novos donos, que muitas vezes não têm conhecimento sobre a procedência dos smartphones. Para isso, serão disparadas mensagens aos dispositivos registrados nos boletins de ocorrência por meio de números institucionais, com pedidos para que sejam entregues nas delegacias do estado.
Os comunicados serão enviados pelo aplicativo WhatsApp e fazem parte da Operação Rastreio, que busca quebrar a cadeia criminosa de subtração e receptação de celulares. Segundo a corporação, os usuários dos aparelhos identificados como furtados ou roubados no sistema da Polícia Civil serão intimados a entregá-los voluntariamente e terão 72 horas para fazer isso.
A iniciativa segue o modelo implantado pelo Ministério da Justiça com o programa Celular Seguro, conectado ao aplicativo disponível para download em todas as plataformas. Com isso, a ideia é que os aparelhos sejam devolvidos aos seus respectivos donos, que muitas vezes ainda estão pagando pelos dispositivos.
Como mostrou VEJA, o roubo de celulares se tornou questão de segurança nacional e combater esse delito tem sido alvo de atenção especial do governo federal. Em 2023, segundo os dados mais recentes do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, houve mais de 937 000 ocorrências de aparelhos subtraídos de seus proprietários no país, o equivalente a dois por minuto, somados furtos e roubos.
Como informa a Polícia Civil fluminense, quem for notificado e se negar a devolver o celular poderá ser responsabilizado criminalmente por receptação. Caso o prazo seja um impeditivo para a devolução, a orientação é fazer contato com o número que enviou a mensagem.
“O crime de receptação pode parecer inofensivo, mas é o que move toda a cadeia criminosa. Os roubos e furtos só ocorrem porque há quem pague pelo celular. Esses aparelhos que estamos buscando recuperar podem ter custado vidas”, diz o secretário de Polícia Civil do Rio, Felipe Curi.
Quando o aparelho for devolvido, será formalizado na delegacia o auto de entrega. Todos os celulares serão periciados e, posteriormente, restituídos aos legítimos proprietários. A orientação para quem for comprar um aparelho, especialmente os que são identificados como usados, é procurar estabelecimentos de confiança e exigir sempre a nota fiscal.
Desde o início da Operação Rastreio, em maio deste ano, as ações já resultaram em mais de 800 aparelhos recuperados. Até o momento, mais de 50 envolvidos na cadeia criminosa foram presos.