A escalada da violência no Brasil tem deixado marcas profundas na sociedade — e nem mesmo figuras públicas estão imunes. Na madrugada desta sexta-feira (20), a casa do jogador Guilherme Arana, lateral do Atlético-MG, foi invadida por criminosos no bairro Bandeirantes, região da Pampulha, em Belo Horizonte. O atleta e sua família estavam de férias nos Estados Unidos, o que facilitou a ação dos bandidos, que levaram joias, roupas, bolsas e objetos de valor sentimental.
O crime, que chocou o meio esportivo, é apenas mais um entre tantos que vêm assolando a Grande BH. Em junho, a região registrou uma série de homicídios em cidades como Contagem, Betim, Ribeirão das Neves e Santa Luzia. Em um único fim de semana, ao menos sete pessoas foram assassinadas, incluindo um jovem de 22 anos baleado após um desentendimento. Em outro caso, mãe e filha foram esfaqueadas em São Joaquim de Bicas, e um adolescente suspeito de tráfico foi morto em Esmeraldas.
Esse cenário de insegurança crescente tem se refletido na percepção da população. Pela primeira vez desde o início da série histórica da pesquisa Genial/Quaest, a violência apareceu isoladamente como a maior preocupação dos brasileiros, superando temas como economia e questões sociais. Segundo o levantamento de abril de 2025, a maioria dos entrevistados apontaram a violência como o principal problema do país.
O aumento da criminalidade e a sensação de impunidade têm contribuído para o desgaste da imagem do governo federal. A política de desencarceramento adotada pela gestão Lula, somada a discursos que, segundo críticos, tratam o criminoso como vítima da sociedade, tem gerado controvérsias. Embora o governo diga que defende uma abordagem mais humanizada e focada na ressocialização, boa parte da população vê nisso uma simples desculpa e considera um sinal de fraqueza no combate ao crime.
Violência assusta e se mantém como maior temor dos brasileiros sob o governo Lula
Enquanto isso, moradores da Grande BH relatam viver com medo. “A gente não sabe mais se vai voltar pra casa em segurança. Está todo mundo vulnerável”, disse uma moradora de Contagem, que preferiu não se identificar.
O caso de Arana, embora emblemático por envolver uma figura pública, é apenas o reflexo de uma realidade que atinge milhares de brasileiros todos os dias — uma realidade em que a violência deixou de ser exceção e passou a ser rotina.
2025-06-21 05:08:00