Cuidados simples para proteger seus remédios, evitar problemas em aeroportos e garantir que o tratamento funcione durante toda a viagem, seja de carro, ônibus ou avião
Remédios são sensíveis ao calor, à luz, à umidade e até às vibrações e impactos do trajeto. Por isso, com a chegada do verão e das férias, aumentam as dúvidas sobre como levar medicamentos em viagens, seja para destinos nacionais ou internacionais, de avião, carro ou ônibus.
É importante entender que medicamento não é acessório. Ele sofre com calor, luz, umidade e também com movimentos bruscos da viagem. Uma simples falha no transporte pode comprometer a ação terapêutica. Algumas regras de ouro, que valem para todo viajante, são essenciais para garantir eficácia, segurança e evitar transtornos com autoridades sanitárias.
Medicamentos sempre na bagagem de mão
Remédios não devem ir no porão da aeronave. As temperaturas extremas e a variação de pressão podem danificar fórmulas sensíveis, especialmente insulinas, hormônios, antibióticos líquidos e soluções homeopáticas. Na bagagem de mão, é possível ter muito mais controle da temperatura, além de evitar perdas caso a mala seja extraviada.
Isso vale para:
- medicamentos de uso contínuo (hipertensão, diabetes, tireoide);
- anticoncepcionais;
- ansiolíticos e antidepressivos;
- analgésicos e anti-inflamatórios de uso eventual.
Atenção às regras internacionais: frascos acima de 100 ml só entram com comprovação médica. Colírios, xaropes e soluções devem estar em sacos transparentes, conforme as normas de segurança.
Manter tudo na embalagem original com receita médica
Carregar os medicamentos na embalagem original, com bula e rótulo, não é opcional, é essencial, principalmente no exterior. Isso reduz suspeitas e comprova que o produto é realmente um medicamento. Para substâncias controladas, a receita é obrigatória.
Para países mais rígidos, como EUA e vários países da Europa, recomenda-se levar também uma declaração médica em inglês descrevendo o tratamento.
Como transportar medicamentos que precisam de refrigeração
Insulinas, colírios e alguns hormônios precisam ser mantidos entre 2 e 8 graus Celsius. Sendo assim, é importante usar bolsas térmicas específicas para medicamentos com placas de gelo rígidas, que mantêm a temperatura mais estável, e sem encostar o frasco diretamente no gelo, pois isso pode congelar o medicamento e torná-lo inutilizável.
Vale lembrar que temperaturas fora da faixa recomendada degradam o princípio ativo. É como se o remédio perdesse sua força durante a viagem.
Homeopatia também exige cuidado especial
Os medicamentos homeopáticos são extremamente sensíveis ao calor, à luz e a campos eletromagnéticos. Por isso, devem ser transportados longe de celulares e aparelhos eletrônicos.
Além disso, os frascos devem estar sempre bem fechados, sem exposição ao sol, protegidos da umidade e nunca devem ser colocados, por exemplo, no porta-luvas do carro, onde a temperatura sobe muito.
A vibração energética do medicamento, responsável por sua ação terapêutica, pode se alterar com facilidade. O cuidado preserva sua eficácia.
Não transfira comprimidos para porta-comprimidos sem necessidade
Essa é uma praticidade que pode sair caro. Além de perder informações essenciais (nome, dose, lote e validade), comprimidos soltos podem despertar suspeita em fiscalizações, especialmente em aeroportos internacionais.
E há risco físico também, já que pastilhas e comprimidos absorvem umidade com facilidade. Fora da embalagem original, ficam mais propensos a deteriorar.
No mais, para as viagens de férias ficarem ainda mais seguras, vale montar uma mini farmacinha. Junto com as malas, é importante montar um kit compacto e eficiente com:
- analgésicos e anti-inflamatórios permitidos;
- antitérmico;
- antialérgico;
- protetor gástrico;
- sais de reidratação oral;
- curativos, gaze e antisséptico;
- os medicamentos de uso contínuo já organizados por dias e horários.
Transportar medicamentos corretamente não é um detalhe, é parte fundamental da segurança na saúde. Seja para um fim de semana na praia ou uma temporada no exterior, seguir essas orientações é garantir que o tratamento funcione como deveria: em qualquer lugar do mundo.
Jamar Tejada, farmacêutico homeopata (CRF SP 39516)


