Uso de Mounjaro contra apneia obstrutiva do sono é aprovado pela Anvisa

Doença ocorre pelo estreitamento na região da faringe por conta da mudança de posição da língua e de seu arcabouço estrutural quando a pessoa deita Marcelo Camargo/Agência Brasil O medicamento, aprovado anteriormente para diabetes tipo 2 e obesidade, é a


Doença ocorre pelo estreitamento na região da faringe por conta da mudança de posição da língua e de seu arcabouço estrutural quando a pessoa deita

Marcelo Camargo/Agência Brasil
O medicamento, aprovado anteriormente para diabetes tipo 2 e obesidade, é a primeira opção farmacológica aprovada pela agência para AOS

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta semana o uso de Mounjaro (tirzepatida) para o tratamento da apneia obstrutiva do sono (AOS) moderada e grave para pessoas com obesidade. O medicamento, aprovado anteriormente para diabetes tipo 2 e obesidade, é a primeira opção farmacológica aprovada pela agência para AOS, doença crônica que afeta cerca de 50 milhões de brasileiros, de acordo com uma estimativa publicada em 2019 na revista The Lancet Respiratory Medicine.

A apneia é uma interrupção do fluxo respiratório enquanto dormimos. No caso da apneia obstrutiva, ela acontece pelo estreitamento na região da faringe por conta da mudança de posição da língua e de seu arcabouço estrutural quando a pessoa deita. Além disso, os alarmes disparados pelo organismo podem levar ao aumento do batimento cardíaco e da pressão arterial, por exemplo, elevando o risco de enfarte e acidente vascular cerebral (AVC), entre outros problemas. Os mais afetados pela AOS são homens acima dos 40 anos, e a obesidade e o sobrepeso são alguns dos principais fatores de risco.

Mounjaro e apneia

Historicamente, o tratamento da AOS tem se concentrado no suporte mecânico durante o sono, incluindo terapia com pressão positiva nas vias aéreas (CPAP), fonoterapia e cirurgias. A decisão de aprovar o medicamento para a condição foi baseada nos resultados do estudo clínico de fase 3 SURMOUNT-OSA, que avaliou o uso da tirzepatida tanto em pacientes que utilizavam aparelhos de CPAP quanto naqueles que não usavam.

O estudo mostrou que o Mounjaro reduziu de forma significativa as interrupções respiratórias durante o sono. No início da pesquisa, os participantes apresentavam cerca de 50 interrupções por hora. Após um ano de tratamento, aqueles que utilizaram o Mounjaro e o CPAP apresentavam cerca de 29,3 eventos a menos, contra 5,5 com placebo, e o grupo que usou apenas Mounjaro apresentava uma média de 25,3 interrupções a menos, contra 5,3 com placebo.

Após um ano de uso, 42% dos pacientes tratados com Mounjaro e 50% dos que usaram Mounjaro junto ao CPAP apresentaram remissão ou casos leves da doença, frente a 16% e 14% nos grupos placebo

Além de melhorar os sintomas da apneia, o tratamento também promoveu perda de peso. Os participantes que usaram Mounjaro perderam, em média, 20,4 kg (18% do peso corporal), e os que associaram o uso ao CPAP perderam 22,7 kg (20%).

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A pesquisa seguiu um protocolo multicêntrico, duplo-cego e contou com 469 participantes de diversos países, como EUA, Austrália, Brasil, China, Alemanha e México.

*Com informações do Estadão Conteúdo

Publicado por Nátaly Tenório 





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