Saiba por que soltamos arrotos, quais sinais merecem atenção e como aliviar o incômodo no dia a dia
Arrotar é um mecanismo natural do corpo para liberar o ar preso no estômago. Embora seja parte do funcionamento normal, a frequência e a forma como isso ocorre podem dizer muito sobre a saúde digestiva. Especialistas explicam que, apesar de a maioria dos casos ser benigna, algumas situações exigem atenção.
O que acontece no corpo durante um arroto
A eructação acontece quando o estômago empurra o ar para o esôfago e, depois, para a boca. O processo é regulado por um anel muscular, o esfíncter esofágico inferior, que se abre para permitir a saída do ar. Isso alivia a pressão interna após a entrada de ar ou a formação de gases.
Entre as causas mais comuns estão hábitos alimentares, bebidas gaseificadas e até fatores emocionais. Ainda assim, muita gente se assusta com a frequência dos arrotos, sem saber que, na maioria das vezes, eles fazem parte da rotina.
Principais motivos que levam ao arroto
- Engolir ar durante a alimentação, ao falar enquanto mastiga, comer rápido, beber com canudo ou mascar chiclete
- Consumo de bebidas gaseificadas, como refrigerantes, água com gás e cerveja
- Estômago muito cheio, especialmente após refeições grandes ou aceleradas
- Refluxo, que facilita a subida do ar acumulado
- Ansiedade, que aumenta a respiração rápida e favorece a entrada de ar no estômago
- Fermentação intestinal causada por alimentos como feijão, lentilha, brócolis, repolho e cebola
- Uso de medicamentos que relaxam o esfíncter esofágico inferior
- Tabagismo, que estimula a entrada de ar durante as tragadas
Quando o arroto deixa de ser normal
Embora seja fisiológico, o arroto merece investigação quando fica frequente ou vem acompanhado de outros sintomas. Médicos alertam para sinais de possível refluxo, gastrite, intolerâncias alimentares ou alterações no esvaziamento do estômago. Entre os alertas estão:
- Arrotos repetidos ao longo do dia, quase contínuos
- Sensação de queimação no peito ou na garganta
- Comida voltando após as refeições, mesmo sem esforço
- Náuseas, distensão abdominal ou desconforto significativo
- Odor forte ou desagradável nos arrotos, sugerindo fermentação excessiva
- Perda de peso, falta de apetite ou dificuldade para engolir
- Início do sintoma após iniciar um novo medicamento
Casos persistentes podem estar ligados a hérnia de hiato, doença do refluxo, gastroparesia ou intolerâncias, como à lactose e à frutose. A avaliação médica é indicada especialmente quando os arrotos atrapalham o dia a dia ou vêm com dor.
O que fazer para reduzir arrotos no dia a dia
Algumas medidas simples ajudam a reduzir a entrada ou a formação de ar no aparelho digestivo. Entre as orientações gerais estão:
- Comer devagar e mastigar bem os alimentos
- Evitar bebidas gaseificadas em excesso
- Reduzir chicletes e balas duras, que aumentam a aerofagia
- Controlar a ansiedade com técnicas de respiração e pausas conscientes
- Reduzir alimentos que fermentam muito no intestino
- Evitar deitar logo após as refeições
- Avaliar com o médico se algum medicamento recente pode influenciar o sintoma
Além de melhorar o conforto digestivo, essas mudanças ajudam a reduzir episódios ligados ao refluxo e à sensação de estômago pesado. A orientação profissional é fundamental quando há sintomas persistentes ou associados à dor ou perda de peso.
Prof. Dr. Alfredo Salim – CRM/SP 43163 | RQE 132808
Clínico geral
Head nacional da Brazil Health



