Phubbing parental: quando o celular afasta pais e filhos

O termo se refere a um comportamento recorrente de pais que passam a priorizar o celular durante o tempo de interação com os filhos, dando para o aparelho o espaço que deveria ser de presença e conexão emocional Freepik Pais


O termo se refere a um comportamento recorrente de pais que passam a priorizar o celular durante o tempo de interação com os filhos, dando para o aparelho o espaço que deveria ser de presença e conexão emocional

Freepik
Pais distraídos pelas telas impactam negativamente o vínculo emocional e o desenvolvimento dos filhos

Vivemos conectados, mas, ironicamente, cada vez mais distantes daqueles que mais amamos. O “phubbing parental” é um termo moderno para um velho problema: o distanciamento afetivo. Trata-se de um comportamento recorrente de pais que passam a priorizar o celular durante o tempo de interação com os filhos, dando para o aparelho o espaço que deveria ser de presença e conexão emocional. Essa negligência, ainda que não intencional, impacta o desenvolvimento infantil, gerando sentimentos de rejeição e insegurança.

Consequências emocionais e sociais do descaso digital

Pesquisas recentes revelam que crianças expostas ao phubbing parental apresentam quase 40% mais risco de desenvolver sintomas de ansiedade e dificuldades para expressar suas emoções, além de aumento em comportamentos agressivos, piora no desempenho escolar e dificuldades para formar relações sociais saudáveis. Quanto mais frequente é a substituição do contato olho no olho pelo uso de telas, mais profundas tendem a ser as marcas desse afastamento no desenvolvimento emocional dos filhos.

O comportamento dos pais serve como principal modelo para os filhos. Quando os adultos optam pelas notificações e feeds ao invés do diálogo, as crianças aprendem que o vínculo humano pode ser facilmente substituído pela tela. Sentindo-se ignoradas, muitas buscam refúgio no universo digital, em busca de acolhimento e pertencimento. Esse ciclo reforça o isolamento, prejudica a capacidade de lidar com frustrações e limita o desenvolvimento de habilidades sociais essenciais.

cta_logo_jp

Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!

Atenção de verdade, mesmo que por poucos minutos

Estamos diante de um risco aumentado de dependência tecnológica na adolescência, criando adultos menos aptos a lidar com a complexidade dos relacionamentos reais. Mas esse caminho é reversível. Intervenções familiares que estimulam o “tempo sem telas” e a presença ativa promovem mais segurança emocional e vínculos saudáveis.

Vale a reflexão: quantos momentos diários de presença verdadeira você oferece ao seu filho? Dedicar até poucos minutos por dia de atenção plena pode ser suficiente para moldar um futuro emocional mais estável para as próximas gerações.

*Por Kaled El Sahli – CRM-SP 140.740 | RQE 37.890 / 37.890-1
Médico psiquiatra





Conteúdo Original

Posts Recentes

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE