Câncer que afeta o sistema linfático é mais comum em jovens adultos e tem altos índices de cura quando diagnosticado precocemente
A morte da ginasta brasileira Isabelle Marciniak, de 18 anos, confirmada na quarta-feira (24), trouxe à tona o debate sobre o linfoma de Hodgkin. A atleta, que foi campeã brasileira e paranaense, tratava a doença, mas não resistiu. O caso chama a atenção para um tipo de câncer que, embora menos frequente que outros linfomas, possui uma incidência significativa justamente na faixa etária de adultos jovens, entre 15 e 30 anos.
O que é a doença
O linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer que se origina no sistema linfático, uma rede complexa de órgãos (como linfonodos ou ínguas) e tecidos responsáveis pela defesa do organismo e produção de células imunes. A doença ocorre quando um linfócito (célula de defesa) se transforma em uma célula maligna — conhecida como célula de Reed-Sternberg — e passa a se multiplicar de forma descontrolada, podendo se disseminar para outras partes do corpo através dos vasos linfáticos.
Sintomas e sinais de alerta
Diferente de infecções comuns que causam inchaço nos gânglios, o principal sinal do linfoma de Hodgkin é o aumento indolor dos linfonodos, frequentemente percebido no pescoço, axilas ou virilha. Outros sintomas sistêmicos, conhecidos como “sintomas B”, podem incluir:
– Febre persistente sem infecção aparente;
– Suores noturnos intensos;
– Perda de peso inexplicada (superior a 10% do peso corporal);
– Coceira na pele e fadiga extrema;
Sistema Linfático (Divulgação / Hospital Albert Einstein)
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico definitivo é realizado por meio de biópsia, na qual um fragmento do gânglio alterado é removido e analisado em laboratório. Exames de imagem, como tomografia computadorizada e PET-Scan, são utilizados para determinar o estágio da doença (estadiamento).
O tratamento padrão envolve a poliquimioterapia (uso de múltiplos medicamentos) e, em muitos casos, radioterapia. Em situações de recidiva ou quando não há resposta ao tratamento inicial, pode ser indicado o transplante de medula óssea.
Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!
Prognóstico
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), o linfoma de Hodgkin é considerado um dos tipos de câncer com maiores chances de cura na atualidade. A taxa de sucesso no tratamento pode superar 80% dos casos, especialmente quando o diagnóstico é feito em estágios iniciais, reforçando a importância da atenção aos sinais do corpo e da busca rápida por orientação médica.



