Ex-presidente brasileiro enfrenta problema de saúde que reforça alerta sobre câncer
Em entrevista à repórter Camila Yunes, da Jovem Pan, o oncologista Dr. João Duprat, do A.C.Camargo Cancer Center, explicou o que é o carcinoma de pele — tipo de câncer diagnosticado recentemente no ex-presidente Jair Bolsonaro —, além de abordar riscos, tratamentos e sinais de alerta da doença.
“Carcinoma tem muitos tipos, dependendo do lugar onde ele ocorre. É um tumor que surge das células que revestem nosso corpo, por dentro e por fora”, disse o médico. Na pele, o tipo mais comum é o carcinoma basocelular, que representa cerca de 80% dos casos e raramente gera metástase. “É um problema local, que vai crescendo e precisa ser retirado”, explica.
Outro tipo é o carcinoma de células escamosas (ou espinocelular), que também costuma ser retirado, mas pode dar metástase em até 5% dos casos. “Em geral, é só retirar e observar. Casos graves são raros, quando o tumor cresce por anos sem tratamento.”
Melanoma é mais agressivo e exige atenção
Sobre a diferença entre os carcinomas e o melanoma, Duprat esclareceu que o melanoma tem maior risco de metástase. A maioria das cirurgias feitas por suspeita acabam sendo benignas, mas, quando se confirma o diagnóstico, sempre há tratamento complementar, como ampliação da cirurgia ou imunoterapia, segundo o médico.
O melanoma representa entre 5% e 10% dos casos de câncer de pele, sendo mais comum em pessoas de pele clara que vivem em regiões de alta exposição solar, como o litoral.
Sol é o principal fator de risco
O médico reforçou que a principal causa do câncer de pele é a radiação solar. “Seja carcinoma ou melanoma, o sol é o principal fator. E pele clara também aumenta o risco. Mesmo pessoas de pele negra, mesmo pessoas que não tomaram sol, eventualmente podem ter tumores de pele com uma exposição pequena ao sol.”
Acompanhamento varia de acordo com a gravidade
Após o diagnóstico de carcinoma escamoso, o acompanhamento depende da profundidade do tumor. “Se ele passa de 6 mm, o risco de metástase chega até 10%, então necessita de acompanhamento mais próximo. Tumores superficiais são acompanhados anualmente. Pacientes imunossuprimidos precisam de atenção especial.”
Mesmo após a retirada, quem teve carcinoma deve continuar em vigilância. “Normalmente, é alguém de pele clara, que tomou muito sol, e pode desenvolver outros tumores”, diz o médico. O ideal é uma avaliação médica anual.
Sinais de alerta: o que observar na pele
Lesões que permanecem por mais de um mês devem ser investigadas. “Carcinoma de células escamosas, ele normalmente tem uma uma manchinha vermelha e começa a formar uma casquinha, começa a formar um uma pelezinha que descama. Essa é a característica mais comum. O base celular é uma bolinha vermelha. Essa é a característica mais comum, embora tenha vários. Já o melanoma, que é o mais agressivo, que é o que tem mais problema, são pintas que vão alterando.”, afirma o médico.
Dr. Duprat recomenda seguir a regra do ABCDE: A de assimetria, B de bordas irregulares, C de cores variadas, D de diâmetro maior que 5 mm, e E de evolução. “Então, se você tem uma lesão dessa e a gente podia até acrescentar o E, que significa que está evoluindo e está mudando, essa é uma pinta que tem que ser vista por alguém.”

Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!
Proteção solar continua sendo o melhor caminho
Dr. Duprat reforçou a importância de se proteger do sol: “O sol é muito bom. Você vai na praia e se quiser andar, não tem problema. Põe um chapéu e um protetor e vai aproveitar sem muita neurose, aproveitar a praia com as coisas boas”.