Depois de sete meses de obras, o edifício Francisco Serrador, para onde serão transferidos os gabinetes dos vereadores cariocas, já funciona como sede administrativa da Câmara do Rio. Nesta terça-feira (16), um grupo de parlamentares vai vistoriar as obras no local e aproveitar para conhecer uma espécie de “gabinete modelo”, montado no décimo andar para que os “inquilinos” saibam como serão as novas instalações.
O prazo contratual para a conclusão dos serviços é novembro de 2026. Atualmente, cerca de 600 servidores, especialmente das áreas administrativas, já trabalham diariamente no Serrador. A primeira fase das obras ocorre principalmente entre o 10º e o 23º andar. Desde o início da ocupação do prédio, a Câmara já economizou mais de R$ 8 milhões em despesas com locação.
Câmara será primeira casa legislativa da América Latina a ter energia renovável
Além disso, a casa firmou um contrato para a aquisição de energia 100% renovável para o edifício Serrador, tornando-se a primeira casa legislativa da América Latina a adotar esse modelo. A iniciativa deve gerar uma economia de até R$ 1 milhão por ano e garantir que a nova sede seja abastecida exclusivamente por fontes limpas.
“As obras do Serrador avançam como planejado. Teremos uma nova sede moderna, sustentável e capaz de concentrar todas as nossas equipes, garantindo mais eficiência, melhor prestação de serviço à população e uma economia significativa aos cofres públicos. É um passo histórico para o fortalecimento do Poder Legislativo carioca”, afirmou o presidente da Câmara do Rio, Carlo Caiado (PSD).
Serrador é considerado joia art déco no Centro do Rio
O Serrador é um clássico art déco da Cinelândia e um dos ícones arquitetônicos do Rio. Inaugurado em 1944 como Hotel Serrador, idealizado por Francisco Serrador, foi considerado o maior da América Latina na época.
Durante as obras, está sendo adotado cuidado especial para preservar elementos arquitetônicos originais, como pisos, escadas, portas e corrimãos. A intenção é adequar os espaços às necessidades da Câmara alterando o mínimo possível da estrutura, já que os elementos preservados, além do valor estético, foram feitos com materiais de alta qualidade.
O prédio foi tombado duas vezes: em 1997 e, posteriormente, pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), em 2015. O tombamento inclui a cobertura e os elementos arquitetônicos e decorativos originais da fachada.
Pedro Ernesto será transformado em fundação que preservará acervo
Após a mudança para o Edifício Serrador, o Palácio Pedro Ernesto será transformado na Fundação Palácio Pedro Ernesto, que terá como missão conservar o edifício histórico e promover o desenvolvimento artístico e cultural da cidade. A proposta é preservar não apenas a construção — tombada em 1988 — como também seu vasto acervo, composto por objetos, livros, revistas, jornais, documentos e obras de arte.
