Definitivamente, a UFRJ não vive o seu melhor momento. Enquanto, o muro do Colégio de Aplicação desaba, a tão esperada reforma da histórica fachada do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais — anunciada com pompa e circunstância pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) em maio de 2024 — convive com atrasos e contínuos aumentos de custos.
De acordo com levantamento do gabinete do vereador Pedro Duarte (Novo), existe uma sucessão de aditivos contratuais que estouraram o prazo original e inflaram os custos da empreitada.
A obra, inicialmente orçada em R$ 2,2 milhões, foi licitada pela Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPAR), tendo como empresa vencedora a Artheo Serviços Técnicos Ltda. O contrato foi assinado em agosto de 2024, com um prazo inicial de seis meses — ou seja, o fim da obra era esperado para fevereiro de 2025.
No entanto, antes mesmo do término do prazo original, já havia sinais de que a fachada não seria entregue a tempo. Em 9 de junho de 2024, foi publicado no Diário Oficial um primeiro termo aditivo ao contrato.
Este aditivo prorrogou o prazo por mais 90 dias, empurrando a nova data de conclusão para maio de 2025, além de adicionar um considerável acréscimo de R$ 364 mil ao valor original do contrato. A justificativa para o acréscimo, que elevou o custo total para mais de R$ 2,5 milhões, não foi detalhada nos extratos públicos.
E a “saga dos aditivos” não parou por aí. Segundo o gabinete de Duarte, em 13 de junho, um segundo termo aditivo foi publicado no Diário Oficial. Desta vez, o contrato foi estendido por mais 45 dias.
“Embora este segundo aditivo não mencione um novo acréscimo de valor até o momento, a simples necessidade de mais uma prorrogação evidencia as falhas no planejamento inicial e na execução da obra”, explicou o vereador.
“A falta de clareza sobre os motivos dos aditivos e a aparente dificuldade em cumprir cronogramas acendem um sinal de alerta sobre a eficiência e a transparência na aplicação do dinheiro do contribuinte”, emendou Pedro Duarte.
