O mercado literário está fervilhando no Rio. No último fim de semana, a cidade de Paraty, na Costa Verde fluminense, sediou a 23ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Cerca de 34 mil pessoas passaram pelo festival, um aumento de 10% em relação ao público do ano passado, e foram vendidos mais de 20 mil livros nos cinco dias em que esteve aberta.
Esse não foi o único evento literário no Estado do Rio. Em junho, a capital fluminense recebeu mais uma edição da Bienal do Livro, o maior festival de literatura, cultura e entretenimento do país. O evento não só movimentou 740 mil pessoas e R$ 1,18 bilhão no estado, como também vendeu cerca de 6,8 milhões de livros — 23% a mais que em 2023.
Além disso, a cidade do Rio ostenta, neste ano, o título de Capital Mundial do Livro, reconhecido pela Unesco. Isso porque o Rio demonstrou a importância de seu patrimônio literário, juntamente com uma visão claramente definida e um plano de ação para promover a literatura, a sustentabilidade do mercado editorial e a leitura entre os jovens.
Isso tudo fez o mercado literário disparar.
Impressões do mercado literário
Com 252 livrarias no estado, o Rio é o 4º estado brasileiro com mais estabelecimentos do tipo, perdendo apenas para São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Os dados são da Associação Nacional de Livrarias (ANL). Para Alexandre Martins Fontes, presidente da entidade, o Rio é um importante polo de venda de livros.
“O Rio é uma praça central para o mercado livreiro e editorial, tanto pela expressiva quantidade de pontos de venda quanto pela presença de grandes editoras, distribuidoras e instituições culturais com forte atuação no setor. Esse conjunto de fatores gera impactos positivos diretos e indiretos no mercado: aumento nas vendas, fortalecimento das livrarias locais, engajamento da população em torno da leitura e maior valorização da cadeia produtiva do livro”, disse Fontes.
O aumento de vendas no setor não é só uma percepção distante, mas uma realidade vivenciada na prática pelos vendedores. Katlen Ferreira, que trabalha com uma banca de livros no Centro do Rio, afirma que percebeu um aumento significativo de vendas desse ano em comparação ao último.
“Esse ano as vendas estão melhores. Antes sempre era um pouco mais apertado, mas agora o pessoal passa aqui sempre, fica vendo os livros, chama mais atenção. Tenho até clientes fixas, que vêm quase que uma vez por semana”, contou a comerciante.
O impacto vai além dos eventos: livrarias independentes registraram melhora nas vendas diárias, o que comprova o momento positivo do mercado literário.
“Antes, o movimento era mais tímido, mas agora, as pessoas param, folheiam e acabam comprando”, conta Ricardo Tavares, gerente de uma livraria na Zona Sul.
A estudante de Jornalismo Thainá Gama, por sua vez, é leitora ferrenha de todos os gêneros literários. Ela, impulsionada pelo fenômeno do “BookTok”, começou a compartilhar todas as suas leituras nas redes sociais para estimular outras pessoas a essa paixão.
“Eu amo ler. Ler sempre fez parte da minha rotina e agora tento mostrar para todo mundo esse universo inesgotável da literatura. E está dando certo! Algumas amigas vêm falar comigo que começaram a ler tal livro por causa da minha indicação, é legal demais”, comemorou Thainá.
Com o sucesso de grandes eventos como a Bienal do Livro e a Flip, o reconhecimento como Capital Mundial do Livro e o crescimento nas vendas de livrarias de todos os portes, o Rio se consolida como um vibrante polo literário.
Assim, o Rio demonstra a força do seu mercado literário e também promove a leitura entre a população, impulsionado por um novo e engajado público, garantindo que o amor pelos livros continue a florescer.
