A Prefeitura do Rio divulgou nesta quinta-feira, 6, os detalhes da criação da Força Municipal de Segurança, divisão de elite da Guarda Municipal que atuará armada no patrulhamento ostensivo e preventivo da cidade. O lançamento ocorre antes da aprovação final do projeto na Câmara de Vereadores, que ainda não votou a proposta em segundo turno.
O grupo será comandado pelo delegado da Polícia Civil Brenno Carnevale, atual secretário de Ordem Pública. A previsão é que os primeiros agentes armados comecem a atuar nas ruas em fevereiro de 2026. Foram abertas 600 vagas para guardas efetivos da corporação, com seleção já em andamento.
Segundo o prefeito Eduardo Paes, não há infração legal no início do processo, já que a criação de grupamentos especiais da Guarda pode ser feita por decreto — como ocorreu com outras divisões. O ponto que depende de aprovação legislativa, segundo ele, é a possibilidade de contratar agentes temporários, mecanismo incluído no projeto em debate na Câmara. A proposta de temporários é alvo de críticas de especialistas em segurança pública, que alertam para os riscos de instabilidade e baixa qualificação em uma tropa armada.
Apesar de Paes ter maioria na Câmara, o projeto enfrenta oposição de dois vereadores do PT: Maíra do MST e Leonel de Esquerda. O prefeito cobrou a votação imediata e acusou setores do Legislativo de travarem a proposta para manter privilégios. “Tem gente gritando porque quer requisitar guarda para gabinete”, afirmou.
Entenda os principais pontos divulgados pela prefeitura:
Agentes armados atuarão exclusivamente em áreas com altos índices de furto e roubo: como o Centro, a Lapa e a Zona Norte. A tropa não fará operações em favelas, nem enfrentará milícias ou narcotráfico.
Treinamento com a Polícia Rodoviária Federal, com duração de seis meses: os agentes terão dedicação exclusiva, salários mais altos e uso obrigatório de câmera corporal e GPS. O convênio ainda está em tratativas.
Proibição de requisição política: será vedado o uso de agentes como seguranças de autoridades.
Base em dados e metas públicas: cada patrulhamento seguirá ordens de serviço com rotas e objetivos definidos a partir de mapas criminais.