O vereador (governista, é bom lembrar) Marcelo Diniz (PSD) voltou a pôr fogo no parquinho do velho Palácio Pedro Ernesto. Na sessão da última terça-feira (11), o incendiário estava inspirado quando subiu à tribuna e desancou o líder do governo — e correligionário! — Márcio Ribeiro (PSD).
Tudo porque a liderança aproveitou a ausência do moço da Muzema na votação da nova lei do mais-valerá, na semana passada, para chutar uma emenda de sua autoria para o arquivo.
“Se eu estivesse aqui, a emenda tinha passado. Houve um atropelo, botaram medo nos vereadores: ‘Ah, vai ficar mal com o governo’. Ninguém fala por mim! Meus problemas com o governo eu mesmo resolvo”, detonou o criador do Dinizismo — tática de vereança focada no ataque.
Diniz: ‘se entrarmos em guerra, não chegaremos a lugar nenhum’
O representante da Muzema, que tem influência sobre um grupo de parlamentares, apelou para a união.
E acabou aplaudido:
“Somos todos vereadores. Para que o projeto de um vereador passe, sendo ele da base ou da oposição, é necessário que o colega vote. Se entrarmos em guerra, não chegaremos a lugar nenhum. Vamos deixar para a prerrogativa do governo de vetar. Às vezes, um projeto não passa por apenas um voto. Os vereadores que votaram a favor da minha emenda podem contar comigo. Os que não votaram podem contar também: não esperem o meu voto”, avisou Diniz.
Rebeliões em plenário
Não é a primeira vez que o PSD do prefeito Eduardo Paes tem seus momentos de lavação de roupa suja no plenário da Câmara. Em agosto deste ano, o mesmo Marcelo Diniz atacou o secretário municipal de Educação e deputado federal licenciado, Renan Ferreirinha (PSD). Reclamou porque o moço foi às redes sociais anunciar o pacote de obras apelidado de “PAC da Rocinha” — embora não fosse a sua área. As críticas foram endossadas pelo também governista Willian Coelho (DC).
Logo no começo do atual governo, Diniz já mostrou ao que veio e ameaçou uma rebelião, porque o prefeito não só não aumentava o espaço dos parlamentares no governo, como pretendia reduzir a influência dos vereadores. Cheio de votos, o moço esperneou. Foram necessários alguns gestos de carinho de Márcio Ribeiro para contornar a insatisfação. Só não se sabe até quando.


