Segue foragido o homem apontado como mandante do assassinato do vereador Marcos Augusto Costalonga, morto em maio de 2021, em Presidente Kennedy, no Espírito Santo. Conhecido como “Waguinho Batman”, Gilbert Wagner Antunes Lopes é investigado por envolvimento com milícias e figura há mais de um ano no Banco Nacional de Mandados de Prisão.
A informação foi revelada pela CNN Brasil, que teve acesso a documentos e áudios relacionados ao caso. Segundo a reportagem, a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) já prendeu outros cinco envolvidos no crime, mas Lopes continua em liberdade, desafiando as forças de segurança.
A PCES informou que uma superintendência especializada foi destacada para localizá-lo e que pode montar uma força-tarefa para a captura. Um pedido de apoio também foi enviado à Polícia Federal, que não confirmou se atua na busca.
O crime, de acordo com o delegado Thiago Viana, foi motivado por uma dívida: o então vereador teria vendido mourões (postes de madeira usados em cercas) a Lopes, que se recusou a pagar. Marcos, já eleito, ameaçou bloquear pagamentos da empresa do suspeito junto à prefeitura, o que teria provocado a execução.
“Os dois discutiram, o mandante efetuou o pagamento e depois ordenou a execução do vereador”, relatou Viana no encerramento do inquérito.
Aparições do foragido no Espírito Santo
Mesmo foragido, Lopes tem feito aparições remotas em processos judiciais e se comunica com pessoas no Espírito Santo. Uma das vítimas recentes das ameaças é o procurador municipal Rodrigo Lisboa. Segundo a CNN, ele passou a andar com escolta armada e enviou um pedido de proteção ao Ministério da Justiça após receber áudios em tom intimidatório.
“Eu sei onde você andou, eu sei o que você anda especulando meu nome […] Leve para a Nasa se você quiser esse áudio. Agora saiba de uma coisa, eu não faço nada pelas costas”, diz um dos trechos da gravação atribuída ao foragido.
O Ministério da Justiça afirmou que o caso foi encaminhado à Ouvidoria-Geral, mas até o momento o procurador não recebeu qualquer retorno efetivo. Outra autoridade local, que também teria sido ameaçada, optou por não se identificar por medo de represálias.
Enquanto isso, cresce a pressão sobre os órgãos de segurança. “Não vejo a hora desse miliciano ser preso e minha vida voltar ao normal!”, disse Lisboa à CNN. Não foi possível localizar a defesa do suspeito.
