Comissão especial aprova por 3 votos a 1 relatório final sobre regulamentação do Airbnb no Rio

A comissão especial da Câmara do Rio criada para discutir a regulamentação das plataformas de hospedagem de curta duração, como Airbnb e Booking.com, aprovou seu relatório final após 10 reuniões e audiências realizadas em 2025. O colegiado deu parecer favorável,


A comissão especial da Câmara do Rio criada para discutir a regulamentação das plataformas de hospedagem de curta duração, como Airbnb e Booking.com, aprovou seu relatório final após 10 reuniões e audiências realizadas em 2025. O colegiado deu parecer favorável, por três votos a um, ao projeto de lei que regulamenta a atividade no município.

Autor da proposta, o vereador Salvino Oliveira (PSD) afirmou que o texto atende a uma demanda recorrente de moradores de áreas mais turísticas da cidade.

“Muitos moradores têm relatado o medo por não saber quem está entrando e saindo dos condomínios”, disse.

Segundo Salvino, no entanto, a regulamentação não tem como objetivo inviabilizar a atividade no Rio de Janeiro.

“A ideia não é acabar com a locação por temporada, mas estabelecer regras que garantam a recepção adequada aos turistas, permitindo que anfitriões e plataformas continuem operando, uma vez que essa atividade também é importante para a economia carioca”, afirmou.

Relatório defende regulamentação municipal do Airbnb

No relatório final, a maioria dos integrantes da comissão sustenta que a ausência de regras específicas permite a atuação de uma “hotelaria clandestina”, sem controle efetivo do poder público, o que dificulta o planejamento urbano, a fiscalização e a arrecadação tributária.

O texto aponta impactos como maior rotatividade em prédios residenciais, conflitos em condomínios, problemas de segurança e distorções no mercado imobiliário.

A proposta aprovada prevê cadastro obrigatório de imóveis e anfitriões, exigência de inscrição no Cadastur, necessidade de autorização expressa dos condomínios residenciais e o cumprimento de deveres de informação às autoridades municipais. O texto também atribui às plataformas digitais responsabilidade tributária por substituição.

Além do autor do projeto, votaram favoravelmente à proposta Talita Galhardo (PSDB) e Deangeles Percy (PSD). O vereador Júnior da Lucinha (PSD) não compareceu.

Pedro Duarte dá único voto contrário e critica proposta

O vereador Pedro Duarte apresentou voto em separado contrário ao relatório. Ele argumenta que a locação por curta temporada já é regulada pela legislação federal, como a Lei do Inquilinato, e que o município não pode reclassificar a atividade como serviço de hospedagem sem invadir competência da União.

“É importante tranquilizar os anfitriões. Primeiro, porque, como efeito da pressão de alguns vereadores, inclusive eu, conseguimos que fosse à votação na comissão um texto mais brando, que só fala que tem que ser feita alguma regulamentação, mas não tem o poder de dizer quais seriam”, afirmou.

Segundo o parlamentar, a proposta cria insegurança jurídica, interfere na autonomia dos condomínios e ignora os efeitos positivos da atividade para o turismo e a economia. Para Duarte, não há dados que comprovem impactos como gentrificação ou expulsão de moradores no Rio.

O vereador afirmou que, apesar de a comissão ter aprovado um texto mais brando, é contra qualquer regulamentação que “crie mais impostos, burocracias e dificuldades” para anfitriões e plataformas. Ele também disse que o projeto enfrenta resistência na Câmara e que o debate continuará no próximo ano.

Projeto seguirá para o plenário no próximo ano

Com a aprovação do relatório final pela maioria da comissão, o projeto de lei será encaminhado para apreciação dos vereadores da Câmara do Rio em 2026, já que não há mais sessões legislativas marcadas para este ano.

A discussão já mobiliza, desde fevereiro, setores do turismo, mercado imobiliário, condomínios residenciais e plataformas digitais.



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