Quatro anos após a morte do menino Henry Borel, a Justiça do Rio deu início à preparação do julgamento do caso em júri popular. Em despacho publicado no fim de maio, a juíza Elizabeth Machado Louro intimou tanto o Ministério Público do Rio quanto as defesas dos réus — o vereador cassado Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, e a professora Monique Medeiros, mãe de Henry — para que indiquem suas testemunhas. Os dois estão presos preventivamente.
Em sua decisão, a magistrada pontuou que Jairinho e Monique já se pronunciaram ao longo do processo e ressaltou a necessidade de dar celeridade ao seu andamento. Por isso, determinou o andamento das “providências relativas à preparação do julgamento” com o prazo inicial de cinco dias para que as partes respondessem, tempo que foi prolongado após pedido do MPRJ, dada a complexidade do caso.
O homicídio, que chocou o país e teve ampla repercussão, aconteceu quando Henry, de apenas 4 anos, estava em um apartamento na Barra da Tijuca, Zona Oeste carioca, na companhia de Jairinho, seu padrasto, e da mãe do menino, Monique Medeiros. A criança foi levada, já sem vida, para o Hospital Barra D’Or. O laudo pericial apontou 23 lesões por ação contundente, além de laceração hepática. Jairinho, o primeiro vereador cassado na história da Câmara do Rio, e Monique estão presos em penitenciárias da capital fluminense desde então.
Para o júri popular, a previsão é de um julgamento longo, já que o processo tem mais de nove mil folhas e por se tratar de um caso “de elevada complexidade, que envolve diversos laudos técnicos, extensas oitivas e documentos inseridos em mídia digital (HD) com capacidade de 1 (um) terabyte”, nas palavras do MInistério Público do Rio.
Com o início desses trâmites, a expectativa inicial é de que o julgamento seja marcado ainda para este ano, entre os meses de setembro e outubro. A decisão, contudo, ficará a cargo da juíza que conduz o caso.
A sinalização dada pela Justiça foi recebida como motivo de esperança para o pai de Henry, o vereador Leniel Borel (PP). “É uma mistura de sentimentos. São quatro anos lutando por justiça incansavelmente. Estou muito apreensivo. Apesar de todo esse tempo e de toda a materialidade do caso, os dois (Jairinho e Monique) ainda estão presos preventivamente. Espero que a justiça seja feita”, afirmou.