Casa de ferreiro? Amigos do Centro do Rio protestam contra perfurações nas cantarias históricas do centenário prédio do Iphan 

Seria irônico, se não fosse desrespeitoso. O Instituto do Patrimônio Artístico Nacional (Iphan) teria perfurado as cantarias históricas da sede da instituição, inaugurada em 1908, para pendurar seis letreiros. Liderados por Adriano Nascimento, gerente de uma tradicional administradora de imóveis,


Seria irônico, se não fosse desrespeitoso. O Instituto do Patrimônio Artístico Nacional (Iphan) teria perfurado as cantarias históricas da sede da instituição, inaugurada em 1908, para pendurar seis letreiros. Liderados por Adriano Nascimento, gerente de uma tradicional administradora de imóveis, comerciantes e amigos do Centro do Rio mandaram, na última quinta-feira (30)  uma carta de protesto à superintendência do instituto. O Iphan nega que tenha danificado a cantaria e diz que as perfurações utilizadas já existiam, e são remanescentes de antigas instalações.

O prédio foi construído para abrigar a Companhia Docas do Rio de Janeiro, por ocasião das comemorações da abertura dos portos,  há 144 anos.

“A Superintendência Regional do Iphan fez 24 perfurações para colocar seis letreiros, desnecessários, nas cantarias centenárias”, afirma Nascimento. “O detalhe é que o imóvel já tem um letreiro. Nem uma padaria tem seis letreiros”,

A localização dos seis cartazes, afixados na cantaria do prédio histórico do Iphan – Foto do leitor

Decreto de 1937 proíbe a alteração de imóveis tombados sem autorização do… Iphan

O gerente da imobiliária lembra que, de acordo com o artigo 17, do decreto lei 25 de 1937, “as coisas tombadas não poderão, em caso nenhum, ser destruídas, demolidas ou mutiladas; nem, sem prévia autorização especial do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ser reparadas, pintadas ou restauradas”.

“Como pode a superintendência regional cometer uma irregularidade dessa, no imóvel histórico que abriga a sua própria sede? Pela lei,  não é permitido furar cantaria de imóvel tombado pelo Iphan. O instituto não permite que sejam feitas perfurações em imóveis,  igrejas e prédios históricos no Centro do Rio. Como pode fazer isso em seu próprio prédio?”, protesta Nascimento.

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Um dos seis cartazes afixados na cantaria do prédio-sede histórico do Iphan, na Avenida Rio Branco, no Centro do Rio – Foto do leitor

O que diz o Iphan

O instituto enviou uma nota, negando que tenha cometido qualquer dano ao edifício. Veja a íntegra.

“O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) esclarece que as intervenções realizadas na fachada da Superintendência do Instituto no Rio de Janeiro não causaram danos ao edifício tombado em nível federal. As ações se limitaram à instalação de novas placas de identificação e à adesivação parcial e temporária dos vidros do térreo.

Cabe salientar que as perfurações utilizadas já existiam, remanescentes de antigas instalações, sem novas intervenções na cantaria. As antigas placas de bronze haviam sido furtadas, e, para manter a identificação institucional e reforçar a visibilidade da sede da superintendência, o Iphan instalou novas placas em acrílico, material leve, reversível e harmônico com o edifício histórico”.



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