União Europeia endurece política migratória e abre caminho para ‘centros de retorno’

Em meio ao debate acalorado sobre imigração, os ministros do Interior dos 27 países da União Europeia aprovaram nesta segunda-feira (8) um pacote de medidas que marca o maior endurecimento das regras migratórias do bloco em anos. O plano prevê


Em meio ao debate acalorado sobre imigração, os ministros do Interior dos 27 países da União Europeia aprovaram nesta segunda-feira (8) um pacote de medidas que marca o maior endurecimento das regras migratórias do bloco em anos.

O plano prevê a criação de “centros de retorno” fora das fronteiras europeias, destinados a solicitantes de asilo com pedidos rejeitados. Além disso, estabelece sanções mais severas para quem se recusar a deixar o território europeu e abre a possibilidade de enviar imigrantes para países considerados “seguros”, mesmo que não sejam suas nações de origem.

O pacote ainda precisa passar pelo Parlamento Europeu e, se aprovado, entrará em vigor em 2026.

Pressão política

Segundo a agência de fronteiras Frontex, as entradas irregulares na UE caíram 22% nos primeiros nove meses de 2025, somando 133.400 casos — o menor número em anos. Ainda assim, governos veem o momento como estratégico para reforçar o controle migratório.

“É fundamental transmitir aos cidadãos a sensação de que temos o controle da situação”, declarou o comissário europeu Magnus Brunner, responsável pela proposta.

Resistências internas e críticas de direitos humanos

Nem todos os países estão convencidos. A Espanha questiona a eficácia dos centros de retorno, enquanto a França levanta dúvidas sobre a legalidade das medidas. Organizações humanitárias e partidos de esquerda denunciam o pacote como uma violação dos direitos humanos.

Disputa sobre acolhimento de solicitantes de asilo

Paralelamente, avança a negociação sobre um novo sistema de distribuição de solicitantes de asilo. A proposta prevê que países que não aceitarem imigrantes em seus territórios paguem 20 mil euros por solicitante para apoiar Estados sob maior pressão, como Grécia e Itália.

Bélgica, Suécia e Áustria já rejeitaram a ideia. “Poucos ministros estarão dispostos a dizer à imprensa: ‘Tudo bem, vamos acolher 30 mil’”, afirmou um funcionário europeu sob anonimato. A decisão precisa ser tomada até o fim do ano.

Cenário de tensão social e choque demográfico

Relatórios apontam que regiões com maior concentração de imigrantes ilegais registram aumento da violência urbana e sobrecarga nos serviços públicos. Ao mesmo tempo, defensores da imigração lembram que a Europa enfrenta taxa de natalidade negativa e precisa de mão de obra jovem, principalmente para trabalhos braçais e que não exigem qualificação.

A direita, porém, alerta para uma transformação demográfica irreversível, impulsionada pelo crescimento das comunidades islâmicas e pela presença cada vez maior de imigrantes nos legislativos locais.



Conteúdo Original

2025-12-08 17:31:00

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