Uma nova maré para cartão-postal de São Gonçalo

A cena é simbólica: em pleno Mês do Meio Ambiente, uma comunidade que cresceu às margens da Baía de Guanabara renova as esperanças e cria expectativas com o início da segunda fase das obras que impedirão o despejo mensal de



A cena é simbólica: em pleno Mês do Meio Ambiente, uma comunidade que cresceu às margens da Baía de Guanabara renova as esperanças e cria expectativas com o início da segunda fase das obras que impedirão o despejo mensal de 7,8 milhões de litros de esgoto naquele ecossistema. Mais que engenharia, é política pública na prática. Em um município com quase um milhão de habitantes e mais de 357 mil domicílios, segundo o IBGE, a transformação da orla de São Gonçalo representa muito mais do que a requalificação de um cartão-postal — é um ato de reintegração de direitos, de território e de futuro.

As últimas semanas marcaram o início de um novo ciclo na Praia das Pedrinhas: as obras de esgotamento sanitário, realizadas pela Águas do Rio, prometem devolver à população o acesso ao mar com segurança ambiental, impulsionar o comércio local e reativar atividades que há muito perderam espaço, como o lazer, a pesca e o turismo de bairro. A nova infraestrutura evitará que o esgoto in natura continue sendo despejado diretamente na Baía e será direcionado à Estação de Tratamento de São Gonçalo, que fica no mesmo bairro, o Boa Vista.

Para Diogo Freitas, diretor-executivo da concessionária, a intervenção é fundamental não apenas para a cidade, mas para todo o processo de recuperação da Baía de Guanabara — uma das frentes ambientais mais relevantes em curso no país.

“Iniciamos com a implantação da rede coletora de esgoto no ano passado e, agora, vamos concluir os trabalhos, instalando a rede para captar o esgoto de mais de 200 famílias e estabelecimentos comerciais. Entre uma etapa e outra, também aproveitamos para ampliar e reforçar o sistema de abastecimento de água tratada”, explica Freitas.

Nesta etapa, ainda segundo ele, está sendo implantado mais de um quilômetro de rede coletora ao longo da orla. A previsão é de que, ao fim da obra, o impacto seja sentido não apenas no meio ambiente, mas também na valorização imobiliária, na saúde pública e na retomada da atividade pesqueira.
Na Praia das Pedrinhas, aliás, comércio e memória afetiva andam lado a lado. Para Cristiane Oliveira, moradora e comerciante da região, a transformação do lugar onde nasceu é mais do que uma conquista urbana — é uma reparação emocional.

“Tem progresso vindo. Não tem mais como ficar como estava. Hoje eu não tomo banho na praia, mas já tomei. A praia era o quintal da minha casa. Com o trabalho sério que está sendo desenvolvido, é um sonho ver o bairro ser bem-visto novamente. Tenho um olhar especial para a praia porque a minha história é aqui, desde que nasci.”

Presidente da associação de moradores, Sandro Cunha compartilha a mesma visão de pertencimento e acredita que as novas obras permitirão que outras gerações vivenciem o que ele viveu na infância.
“Tive uma infância muito feliz aqui. Meu sonho é ver a minha neta brincando na praia como um dia eu já brinquei. Tenho a expectativa de que, com a nova rede de esgotamento sanitário, possamos ter mais saúde, qualidade de vida, além de uma praia melhor, sem poluição e com o pescado de volta. Que as pessoas possam desfrutar novamente do local.”

A transformação da Praia das Pedrinhas faz parte de um pacote maior de investimentos da Águas do Rio no município. Outra importante contribuição para a cidade é a construção do Coletor de Tempo Seco (CTS) Imboaçu, que vai direcionar diariamente 3,5 milhões de litros de poluentes para a Estação de Tratamento de São Gonçalo.

Além disso, no início deste ano, a empresa entregou a nova rede coletora do bairro do Mutondo, que direciona cerca de 7 milhões de litros de esgoto por dia para tratamento.

Para a Águas do Rio, intervenções como essas colocam São Gonçalo — cidade com PIB per capita de R$ 18.504,81, segundo o IBGE — no centro da agenda de políticas estruturantes em saneamento básico e infraestrutura urbana.



Conteúdo Original

2025-06-30 13:15:00

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