O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), decidiu manter a exoneração de Washington Reis (MDB) do cargo de secretário estadual de Transportes, encerrando dias de especulação e pressão política. A decisão, anunciada durante reunião com mais de 30 deputados estaduais, foi tomada em sintonia com a Tropa de Choque da Alerj — formada por Rodrigo Amorim (União), Alan Lopes (PL), Filippe Poubel (PL) e seu mais novo membro, Alexandre Knoploch (PL) — que tem emergido como força dominante nos bastidores do Legislativo fluminense.
Defesa da governabilidade
A exoneração foi formalizada por Rodrigo Bacellar (União), presidente da Alerj, enquanto exercia o governo interinamente. Mesmo desconfortável com o momento da decisão, Castro reconheceu, em mensagem lida por André Moura, que a saída de Reis já vinha sendo avaliada antes de sua viagem ao exterior. O governador também reforçou que “projetos políticos não podem ser guiados por interesses pessoais”, em referência à aproximação pública de Reis com adversários, como o prefeito Eduardo Paes (PSD).
Tropa de Choque em campo
A ação coordenada da Tropa de Choque foi decisiva para o desfecho da crise. Amorim, Lopes e Poubel — conhecidos por sua atuação em CPIs e comissões de fiscalização como a Comissão de Combate à Desordem Urbana — advertiram que a permanência de Reis ameaçaria o apoio de partidos estratégicos, como União Brasil e PP, e colocaria em risco a coesão da base aliada na Alerj.
A base mostra suas cartas
Durante jantar promovido por Bacellar na noite de quarta-feira, mais de 20 parlamentares de diferentes espectros políticos — incluindo bolsonaristas do PL, deputados do Republicanos, do União Brasil e até da oposição, como Dani Monteiro (PSOL) e Yuri Moura (PSOL)— expressaram apoio firme ao presidente da Alerj, reforçando seu protagonismo e sinalizando que Bacellar possui musculatura política suficiente para enfrentar até mesmo pressões vindas de Brasília.
Efeito Flávio Bolsonaro e antecipação eleitoral
O senador Flávio Bolsonaro (PL) tentou intervir, propondo reconciliação entre Reis e Bacellar — gesto mal recebido pelo presidente da Alerj, que interpretou a movimentação como tentativa de empurrar a responsabilidade da crise para terceiros. A leitura geral nos bastidores é que Castro optou por preservar sua governabilidade e evitar atrito direto com o Legislativo, especialmente diante do cenário de antecipação eleitoral e das articulações para 2026.
2025-07-10 09:09:00