Tigrinho oficial: Bet da Caixa do governo Lula gera reação no Congresso

Em uma reviravolta que expõe uma contradição política de alto impacto, o governo Lula autorizou o lançamento da plataforma oficial de apostas da Caixa Econômica Federal — a chamada “bet da Caixa” — após meses de críticas públicas ao uso


Em uma reviravolta que expõe uma contradição política de alto impacto, o governo Lula autorizou o lançamento da plataforma oficial de apostas da Caixa Econômica Federal — a chamada “bet da Caixa” — após meses de críticas públicas ao uso do Bolsa Família em sites de apostas. A decisão provocou forte reação no Congresso, especialmente da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que classificou a medida como “um dos maiores retrocessos morais e sociais da história recente do país”.

De crítica à aposta à criação de uma bet estatal

Durante o primeiro semestre de 2025, o governo federal se posicionou contra o uso indevido de recursos do Bolsa Família em plataformas de apostas online, chegando a propor restrições e campanhas educativas. No entanto, a Caixa — banco público vinculado ao governo — agora se prepara para estrear sua própria plataforma digital de apostas em novembro, com projeção de arrecadação de até R$ 2,5 bilhões em 2026.

A operação será realizada por meio de apostas de quota fixa, modelo em que o apostador conhece previamente o valor que pode receber. A empresa Playtech – VS Technology venceu a licitação para desenvolver a plataforma, que poderá ser acessada por canais digitais e lotéricas. Três nomes foram registrados como possíveis marcas: BetCaixa, MegaBet e Xbet Caixa.

Damares: ‘Transformaram a Caixa em uma casa de apostas oficial’

Em discurso no plenário, Damares criticou duramente a iniciativa, acusando o governo de incoerência e oportunismo. “O mesmo governo que dizia querer controlar o dano agora decide que ele próprio será o agente da exploração, transformando um banco público, símbolo da confiança nacional, em uma casa de apostas oficial”, afirmou.

A senadora também relembrou a CPI das Bets, concluída neste ano, que investigou irregularidades e crimes envolvendo plataformas privadas. “A gente mostrou para o Brasil o horror, falamos mal de dono de bet, gente foi presa. Para quê? Para desqualificar as bets privadas e agora a Caixa ter uma bet?”, questionou.
Segundo Damares, o uso da marca Caixa pode induzir a população mais vulnerável a confiar na plataforma. “Aquelas pessoas que tinham medo, porque tigrinho faz mal, agora vão acreditar em bet porque estará dentro de uma instituição que é séria”, alertou.

Restrições e polêmicas

A iniciativa reacende o debate sobre o papel social dos bancos públicos e a responsabilidade do Estado diante da crescente popularização dos jogos de azar. Para opositores, o governo Lula abandona o discurso de proteção social em troca de arrecadação bilionária.



Conteúdo Original

2025-10-23 13:30:00

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