Terror em Costa Barros: polícia apreende fuzis, mas legislação solta criminosos e população segue no fogo cruzado

O confronto entre facções rivais no Complexo da Pedreira, em Costa Barros, na noite de domingo (26) e que se estendeu até a madrugada desta segunda-feira (27), não foi apenas mais um episódio de violência urbana — foi o retrato


O confronto entre facções rivais no Complexo da Pedreira, em Costa Barros, na noite de domingo (26) e que se estendeu até a madrugada desta segunda-feira (27), não foi apenas mais um episódio de violência urbana — foi o retrato cruel de uma legislação que não pune. Enquanto o Rio de Janeiro lidera o ranking nacional de apreensões de fuzis, a polícia segue enxugando gelo: prende criminosos armados até os dentes, mas os vê de volta às ruas em poucas semanas. Sem endurecimento da lei, não há plano de segurança que dê jeito.

Guerra entre CV e TCP paralisa Costa Barros e viraliza nas redes

O tiroteio entre o Comando Vermelho (CV) e o Terceiro Comando Puro (TCP) pelo controle territorial transformou a Zona Norte em um verdadeiro campo de batalha. Moradores se jogaram no chão, motoristas foram vítimas de arrastões e a UPA da região — já fechada por ações anteriores — permaneceu inoperante.
Uma mulher de 60 anos teve a casa invadida por traficantes e foi baleada. Em outro ponto da Pedreira, outro morador, de 33 anos, foi atingido ao sair de um pagode. Vídeos do confronto se espalharam pelas redes sociais, mostrando o terror em tempo real.

Segundo a Polícia Militar, traficantes do CV partiram do Complexo do Chapadão para tentar invadir o Complexo da Pedreira, dominado pelo TCP. Houve intensa troca de tiros, e os homens do CV recuaram. Na fuga, dois deles ficaram encurralados e invadiram uma residência. O imóvel foi cercado por rivais do TCP, e um novo tiroteio começou — até granadas foram lançadas.

Durante o confronto, Marli Macedo dos Santos, de 60 anos, foi baleada na cabeça dentro de casa. Ela chegou a ser levada ao Hospital Municipal Albert Schweitzer, mas não resistiu.

Polícia prende, Justiça solta: o ciclo da impunidade que alimenta o crime

A PM reagiu com reforço e apreendeu sete fuzis. Dois criminosos foram mortos e outros três presos — dois deles baleados. Mas o roteiro é conhecido: mesmo flagrados com arsenal de guerra e drogas, muitos são soltos por uma legislação branda que ignora vídeos, testemunhos e o impacto social da violência.

Rio lidera em apreensões, mas legislação não mantém criminosos presos

Em 2024, o estado do Rio já apreendeu mais de 1.200 fuzis — a maioria vinda do exterior por rotas clandestinas que o governo federal não consegue conter. Facções como CV e TCP continuam se armando com facilidade, enquanto o cidadão comum vive sob constante ameaça.

A legislação penal, repleta de brechas, permite que traficantes reincidentes sejam beneficiados por audiências de custódia, progressões de pena e decisões judiciais que ignoram o contexto de guerra urbana.

Casos que escancaram a falência do sistema penal

– Em 2023, um grupo preso com 17 fuzis e 300 kg de drogas foi solto após menos de seis meses, por excesso de prazo na prisão preventiva.
– Um chefe do tráfico da Vila Cruzeiro, capturado com arsenal de guerra, foi liberado por falta de provas formais — mesmo com vídeos que mostravam sua atuação armada.
– Em 2025, um criminoso preso com três fuzis e granadas em Manguinhos foi solto após audiência de custódia, sob alegação de ausência de flagrante direto.

Sem endurecimento da lei, segurança pública vira ilusão

O episódio na Pedreira escancara uma realidade incômoda: não adianta investir em tecnologia, patrulhamento ou inteligência policial se a legislação não acompanhar. A polícia prende, mas a legislação solta. O resultado é previsível — facções se fortalecem, comunidades vivem sob terror.

Enquanto isso, a população segue refém — não apenas dos criminosos, mas de uma legislação que insiste em falhar com quem mais precisa de proteção.

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Conteúdo Original

2025-10-27 10:18:00

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