Silêncio do PT incendeia CPI do Crime Organizado que será instalada nesta terça (4)

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado será instalada na próxima terça-feira (4/11) no Senado, com o objetivo de investigar a atuação de facções criminosas como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Entre


A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado será instalada na próxima terça-feira (4/11) no Senado, com o objetivo de investigar a atuação de facções criminosas como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Entre os 31 parlamentares que apoiaram a abertura da CPI, destacam-se os senadores fluminenses Flávio Bolsonaro (PL), Carlos Portinho (PL) e Jorge Seif (PL).

A iniciativa surge após a repercussão da megaoperação policial no Rio de Janeiro e da polêmica declaração do presidente Lula, que afirmou que “traficante é vítima do usuário”. Apesar de o Palácio do Planalto ter alegado que a frase foi mal interpretada e retirada de contexto, a ausência de assinaturas de senadores do PT no requerimento da CPI intensificou as críticas.

A bancada petista, composta por nove senadores, não participou da solicitação de abertura da comissão. O gesto foi interpretado por opositores como um alinhamento político ao discurso progressista, que, segundo eles, “vitimiza o criminoso”, defende políticas de desencarceramento e alimenta uma “bandidolatria” institucional. O líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), foi enfático: “A visão de Lula sobre segurança pública tem muito mais a ver com a proteção aos criminosos do que com os direitos da sociedade brasileira”.

A CPI é uma resposta direta à operação nos Complexos do Alemão e da Penha, que reacendeu o debate sobre o combate ao crime organizado. A ação foi criticada por setores da esquerda, enquanto o governo federal foi acusado de omissão diante do esforço estadual contra o tráfico. Para Marinho, essa postura reforça a percepção de que a fala de Lula não foi apenas uma gafe, mas sim uma diretriz ideológica refletida na prática governamental.

O senador Izalci Lucas (PL-DF) também criticou a proposta do governo de criar uma “PEC da Segurança”, que, segundo ele, busca centralizar o controle das forças policiais. “O tráfico está tomando conta por falta de política pública”, afirmou. Já o senador Davi Alcolumbre defendeu a CPI como uma resposta institucional à crescente ameaça das facções: “É hora de enfrentar esses grupos criminosos com a união de todas as instituições do Estado brasileiro”.

A comissão será formada por 11 membros titulares e 7 suplentes, com prazo inicial de 180 dias para a conclusão dos trabalhos. Os nomes serão indicados pelos blocos partidários após a formalização do ato de criação. A expectativa é que a CPI se torne um dos principais palcos de embate entre os defensores de uma política de segurança mais rígida e os que ainda apostam na política do desencarceramento.

 



Conteúdo Original

2025-11-03 00:00:00

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