‘Seu Airbnb era minha casa’: protestos na Europa servem de alerta para o Brasil!

No último fim de semana, as ruas de Barcelona foram tomadas por manifestantes que empunhavam cartazes com frases como “O seu Airbnb era a minha casa”. A passeata, que percorreu o centro da cidade até a icônica Sagrada Família, foi


No último fim de semana, as ruas de Barcelona foram tomadas por manifestantes que empunhavam cartazes com frases como “O seu Airbnb era a minha casa”. A passeata, que percorreu o centro da cidade até a icônica Sagrada Família, foi marcada por gritos de revolta contra o turismo descontrolado e o impacto das plataformas de aluguel de curta duração, como o Airbnb, sobre a vida dos moradores locais. Mais do que isso, serve de alerta: no Brasil, cidades como o Rio de Janeiro já enfrentam desafios semelhantes — e a situação pode se agravar.

Barcelona, que recebeu mais de 15 milhões de visitantes no último ano — quase dez vezes sua população — tornou-se símbolo de uma crise habitacional alimentada pela conversão de imóveis residenciais em hospedagens temporárias. Moradores relatam despejos, aluguéis que subiram mais de 70% e bairros inteiros esvaziados de seus habitantes históricos. A prefeitura anunciou planos para eliminar todas as licenças de aluguel de curta temporada até 2028, enquanto outras cidades como Madri e Málaga seguem o mesmo caminho.

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No Brasil, em bairros como Ipanema e Copacabana, estima-se que haja um anúncio de Airbnb para cada sete moradias. Um estudo da FGV mostrou que o aumento de imóveis anunciados na plataforma está diretamente associado à elevação dos preços dos aluguéis residenciais, especialmente em áreas com alta taxa de moradia própria. A lógica é simples: menos imóveis disponíveis para aluguel tradicional, mais pressão sobre os preços — e sobre os moradores.

Além do impacto econômico, há também o social. Condomínios na orla carioca têm proibido aluguéis por temporada após episódios de desordem, insegurança e uso indevido das áreas comuns. Em um prédio de Ipanema, relatos incluem garrafas quebradas e preservativos no parquinho infantil. “Não é só uma questão de mercado, é de convivência e bem-estar”, afirmou um síndico local.

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Casos de violência reforçam a preocupação. Embora não haja estatísticas consolidadas, episódios envolvendo hóspedes temporários já motivaram debates sobre a responsabilidade das plataformas e a necessidade de regulamentação mais rígida. Entre os casos mais comentados, está o de um prédio na Barra da Tijuca onde hóspedes foram flagrados promovendo festas clandestinas durante a pandemia. Projetos de lei tramitam na Câmara Municipal do Rio para estabelecer regras claras sobre esse tipo de locação.

Enquanto isso, o Airbnb defende sua atuação, alegando que contribui para a economia local e que está disposto a colaborar com autoridades para encontrar soluções equilibradas. Mas para os moradores, a realidade é outra: “Agora só há flats para turistas, mas nós, moradores, precisamos de um lugar para viver”, reclamam.

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A crise da moradia, impulsionada por plataformas digitais, já não é mais um problema isolado. É um fenômeno global — e os gritos que ecoaram em Barcelona encontram eco nas vielas do Rio, nas ladeiras de Lisboa e nas ruas de Palma de Maiorca.

Até quando o lucro de poucos justificará o desalento de tantos?



Conteúdo Original

2025-06-18 10:56:00

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