Segurança em colapso no Nordeste: PM é baleado ao tentar impedir assalto a guarda municipal no Recife (PE)

Quando nem os agentes da lei estão a salvo, o que resta para o cidadão comum? Em plena luz do dia, um policial militar é baleado ao tentar impedir um assalto a um guarda municipal em Itamaracá, no Grande Recife.


Quando nem os agentes da lei estão a salvo, o que resta para o cidadão comum? Em plena luz do dia, um policial militar é baleado ao tentar impedir um assalto a um guarda municipal em Itamaracá, no Grande Recife. Dias antes, um policial penal foi vítima de criminosos na Zona Norte da capital. A violência em Pernambuco deixou de ser exceção — virou rotina. E diante de uma legislação ultrapassada, políticas de desencarceramento controversas e facções cada vez mais ousadas, o Estado parece assistir de camarote ao avanço do crime.

Nem mesmo os agentes da segurança pública estão escapando da escalada da violência e impunidade que se espalhou pelo país e assola Pernambuco. Na madrugada desta segunda-feira (8), um policial militar foi baleado ao tentar impedir um assalto a um guarda municipal na Praça do Pilar, em Itamaracá, no Grande Recife. Ambos estavam de folga quando foram surpreendidos por criminosos armados. O PM, identificado como Wanderlei José do Nascimento, de 44 anos, foi atingido no tórax e passou por cirurgia no Hospital Miguel Arraes, onde permanece em estado estável.

O episódio, que já seria alarmante por si só, soma-se a outro ocorrido no último sábado (6), quando um policial penal da Paraíba foi assaltado no bairro da Tamarineira, na Zona Norte do Recife. Os criminosos levaram seu carro e sua arma de fogo. A ação foi registrada por câmeras de segurança e escancarou a ousadia dos criminosos, que não hesitam em atacar mesmo quem representa a lei.

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Impunidade e legislação defasada alimentam violência

Especialistas apontam que a impunidade continua sendo um dos principais combustíveis da criminalidade. A legislação penal considerada ultrapassada, contribui para a reincidência e a sensação de que o crime compensa.

Além disso, a política de desencarceramento promovida pelo governo federal por meio do Plano Pena Justa, que visa reduzir a superlotação carcerária e promover penas alternativas para crimes não violentos, tem gerado controvérsias.

Embora o plano tenha como objetivo garantir dignidade aos presos e enfraquecer o crime organizado nos presídios, críticos afirmam que a medida tem facilitado a reincidência e a atuação de facções criminosas fora das grades.

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Estado não consegue conter escalada do crime

A recente instalação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) em Petrolina, no Sertão, é uma tentativa de conter a expansão das facções e reforçar a atuação policial nas áreas de fronteira. No entanto, enquanto policiais continuam sendo alvos e cidadãos vivem sob constante ameaça, a eficácia dessas ações ainda é colocada em xeque.

Quando o Estado falha, o crime avança

A violência em Pernambuco não é apenas uma estatística: é uma realidade que sangra nas ruas. Quando nem os agentes da lei estão seguros, é sinal de que o tecido social está se rompendo. E enquanto a legislação não se atualiza, a justiça não se fortalece e a política de segurança não se alinha à realidade, o crime continuará ditando as regras.



Conteúdo Original

2025-09-09 07:00:00

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