Se Ludmilla cantar ‘Verdinha’, Réveillon de Niterói pode acabar na delegacia

Se Ludmilla soltar os versos de “Verdinha” na virada em Niterói, a festa pode virar caso de polícia e a cantora pode ser conduzida direto para a delegacia. Em resumo: o Réveillon promete fogos no céu e faíscas no palco.


Se Ludmilla soltar os versos de “Verdinha” na virada em Niterói, a festa pode virar caso de polícia e a cantora pode ser conduzida direto para a delegacia. Em resumo: o Réveillon promete fogos no céu e faíscas no palco.

“Caso esse palco financiado com dinheiro público do contribuinte seja utilizado para apologia às drogas e ao crime, nós conduziremos pessoalmente a cantora à delegacia, baseado no artigo 287 do Código Penal”, disparou o vereador Douglas Gomes (PL), em vídeo postado em seu Instagram.

O embate político

Douglas Gomes, o vereador mais votado da história da cidade em 2024, entrou em rota de colisão com a Prefeitura de Niterói ao cobrar explicações sobre a contratação de Ludmilla para o Réveillon, pelo cachê de R$ 400 mil. Ele protocolou um ofício exigindo que o prefeito Rodrigo Neves esclareça como será garantido o cumprimento da recém-sancionada Lei Municipal nº 4.097/2025, que proíbe o uso de verba pública em shows que façam apologia às drogas e ao crime.

No documento, Gomes cita diretamente a música “Verdinha”, em que Ludmilla faz referência ao cultivo e uso de maconha, como exemplo de repertório que poderia ferir a legislação. O parlamentar pede a lista completa das músicas que serão apresentadas, a comprovação de que a artista foi informada sobre as restrições da lei e as medidas de fiscalização para impedir apologia ao crime ou às drogas durante o evento.

A ‘bagatela’ de R$ 400 mil

O contrato com Ludmilla foi firmado no valor de R$ 400 mil, dentro de um orçamento de R$ 17 milhões para as festas de fim de ano em Niterói. A prefeitura defende o investimento como parte da estratégia para consolidar o Réveillon da cidade como o segundo maior do estado, atrás apenas do Rio de Janeiro. A oposição, porém, critica o gasto milionário em meio ao crescimento da população em situação de rua.

A polêmica da Lei ‘Anti-Oruam’

De autoria da oposição, a lei foi sancionada pelo prefeito Rodrigo Neves em 23 de dezembro de 2025, após aprovação na Câmara. Conhecida como Lei “Anti-Oruam”, surgiu após polêmicas envolvendo artistas de funk e rap que citam drogas e crime em suas letras. Para críticos, a medida é censura cultural; para apoiadores, é um freio necessário no uso de recursos públicos.

O Réveillon de Niterói

A festa está marcada para a Praia de Icaraí, com expectativa de reunir 400 mil pessoas. A programação inclui Nando Reis, a escola de samba Viradouro e Ludmilla como atração principal.

Entre fogos e polêmicas, o Réveillon de Niterói pode entrar para a história: ou pela festa, ou pelo escândalo.





Conteúdo Original

2025-12-30 09:37:00

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