O vídeo divulgado pelo Hamas no último dia 27 de julho é um retrato brutal da desumanidade: o jovem israelense Evyatar David, sequestrado durante um festival de música em outubro de 2023, aparece visivelmente desnutrido, cavando o que acredita ser sua própria cova em um túnel na Faixa de Gaza. Com o corpo enfraquecido e a voz embargada, ele relata estar há dias sem comer, sobrevivendo com uma única lata de lentilhas. “Isso não é ficção, isso é real”, diz, em tom desesperado. A cena, que evoca os horrores dos campos de concentração nazistas, provocou indignação internacional — mas não do governo Lula.
Enquanto democracias ao redor do mundo como Estados Unidos, União Europeia e alguns países latino-americanos condenam o Hamas como grupo terrorista, o governo Lula mantém uma postura ambígua e, para muitos, vergonhosamente seletiva. O presidente, que não hesita em rotular seus opositores internos como “fascistas” e “antidemocráticos”, resiste em classificar o Hamas como organização terrorista — mesmo diante de práticas que violam flagrantemente os direitos humanos. A contradição é gritante: o governo que se apresenta como defensor da paz e da dignidade humana fecha os olhos para atos de crueldade explícita.
Veja o vídeo:
Diplomacia ou conivência?
Em vez de condenar o Hamas, Lula opta por críticas unilaterais a Israel, chegando a apoiar ações judiciais que acusam o país de genocídio. A decisão de retirar o Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto reforça essa guinada ideológica, aproximando o país de regimes autoritários e grupos extremistas. O Hamas, que chegou a parabenizar Lula por sua vitória eleitoral em 2022, continua sendo tratado com ambiguidade diplomática, mesmo diante de evidências de tortura, fome forçada e uso de reféns como moeda de negociação.
Terror como estratégia
O vídeo de Evyatar David não é um caso isolado. Reféns israelenses têm sido submetidos a tortura física e psicológica, humilhação e privação alimentar como parte da estratégia do Hamas para pressionar Israel por um cessar-fogo. A omissão diante dessas práticas não é diplomacia — é conivência. A neutralidade diante do terror é, na prática, uma escolha política.
A hipocrisia em cena
A retórica oficial brasileira, que se mostra implacável contra adversários internos, revela-se complacente com organizações que promovem sequestros e desumanização. A indignação seletiva do governo Lula expõe uma incoerência moral profunda: enquanto se condena com veemência qualquer oposição interna, tolera-se — ou relativiza-se — a barbárie cometida por aliados ideológicos.
O Brasil precisa escolher um lado
O vídeo de Evyatar David é mais do que um retrato da barbárie — é um teste moral. O Brasil, que já foi referência internacional na defesa dos direitos humanos, precisa decidir se continuará flertando com o extremismo ou se voltará a ocupar seu lugar entre as democracias que não toleram a tortura, o sequestro e a desumanização.
A indignação seletiva não é apenas incoerente. É perigosa. E o silêncio, neste caso, fala alto demais.
2025-08-05 10:35:00