R$ 100 por vaga e ficha por roubo: flanelinhas presos no Maracanã expõem risco e falha na fiscalização

A prisão de 18 guardadores ilegais de carros — conhecidos como flanelinhas — no entorno do Maracanã no último domingo (19) escancarou um problema crônico que se espalha por toda a cidade do Rio de Janeiro: a atuação de criminosos


A prisão de 18 guardadores ilegais de carros — conhecidos como flanelinhas — no entorno do Maracanã no último domingo (19) escancarou um problema crônico que se espalha por toda a cidade do Rio de Janeiro: a atuação de criminosos em vagas públicas, sob a omissão da fiscalização municipal. Dos detidos, 14 tinham antecedentes por roubo, furto e exercício ilegal da profissão, segundo a Polícia Militar.

Cidadão coagido

A operação foi conduzida pelo 6º BPM (Tijuca) durante o jogo entre Flamengo e Palmeiras, válido pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro. Os flanelinhas cobravam valores entre R$ 60 e R$ 100 por vaga nas ruas próximas ao estádio, recebendo os pagamentos via Pix. Motoristas, temendo represálias, acabavam cedendo à extorsão.

“O cidadão é coagido. Paga com medo de ter o carro danificado ou sofrer algum tipo de retaliação. Para que haja punição, é essencial que a vítima registre a denúncia, que pode ser feita online com o comprovante de pagamento”, explicou o tenente-coronel Renato Brum, comandante do batalhão responsável pela ação.

Flanelinha tenta agredir mulher que se negou a dar dinheiro. Veja vídeo

Impunidade escancarada

Apesar da prisão, o comandante alertou que sem registro formal da queixa, os criminosos são liberados e voltam a atuar no mesmo dia. A prática é enquadrada como crime de extorsão, com pena prevista de 4 a 10 anos de prisão, além de multa.

O problema, no entanto, não se limita aos dias de jogo no Maracanã. A atuação de flanelinhas ilegais é recorrente em diversos bairros da cidade, como Copacabana, Centro, Barra da Tijuca e Méier. A falta de fiscalização da prefeitura tem permitido que esses grupos se estabeleçam como uma espécie de “milícia urbana” do estacionamento.

Câmara do Rio aprova fiscalização digital para pôr fim à ‘máfia dos flanelinhas’

Pressão popular

Em resposta à crescente pressão popular, a Câmara Municipal do Rio aprovou recentemente o projeto da Área Azul Digital, que prevê a criação de vagas tarifadas e monitoradas eletronicamente. A proposta busca coibir a atuação de falsos guardadores e garantir maior segurança viária. O projeto aguarda sanção do prefeito Eduardo Paes.

“O cidadão Carioca não pode continuar sendo extorquido na hora de estacionar seu veículo. Aprovamos um projeto de lei na Câmara que vem implementar a fiscalização digital nas vagas de estacionamento em vias públicas. Espero que essa implementação ocorra com brevidade.”, disse o vereador Poubel (PL).

Enquanto isso, moradores e visitantes seguem vulneráveis à extorsão em vias públicas, em um cenário que mistura omissão do poder público, reincidência criminal e medo. A cidade clama por uma solução definitiva — e urgente



Conteúdo Original

2025-10-20 10:45:00

Posts Recentes

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE