Quatro anos de avanços começam a devolver a Baía de Guanabara para a população

Quatro anos após assumir a operação de sistemas de água e esgoto em 27 municípios fluminenses, a Águas do Rio, concessionária da Aegea, passa a liderar um dos mais robustos movimentos de recuperação ambiental já registrados na Baía de Guanabara.


Quatro anos após assumir a operação de sistemas de água e esgoto em 27 municípios fluminenses, a Águas do Rio, concessionária da Aegea, passa a liderar um dos mais robustos movimentos de recuperação ambiental já registrados na Baía de Guanabara. Os reflexos são visíveis: áreas antes marcadas pelo mau cheiro e pela água turva começam a dar lugar ao retorno da vida marinha, à reativação do turismo costeiro e a um processo real de devolução desse patrimônio natural à população. O que por décadas soou como uma promessa distante, diante do abandono estrutural do saneamento básico, agora se comprova por meio de resultados monitorados e confirmados pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

A mudança é expressiva: mais de 127 milhões de litros de água contaminada com esgoto deixaram de ser lançados diariamente naquele ecossistema, graças à recuperação de estruturas antes ociosas, à ampliação do tratamento, à fiscalização contra despejo irregular de esgoto nas redes de escoamento de água de chuva das cidades, e à execução de novas obras na capital e cidades da Região Metropolitana que começam a blindar córregos e rios poluídos que deságuam na baía.

Em São Gonçalo, por exemplo, esse movimento ganhou um novo capítulo com a entrega da primeira etapa do sistema de Coleta em Tempo Seco (CTS) no Rio Imboaçu — intervenção que capta a água contaminada com esgoto diretamente de rios e galerias pluviais e a direciona para tratamento adequado, antes que chegue a corpos hídricos. Essa iniciativa já impede que 3,5 milhões de litros de poluentes sejam despejados na Baía de Guanabara diariamente.

Com investimento de R$ 120 milhões, esse sistema será implantado em sete bairros e beneficiará diretamente cerca de 130 mil moradores. Somada a outras ações no município, como as novas redes do Mutondo e da Praia das Pedrinhas, a iniciativa reforça a transformação estrutural em curso no saneamento da Região Metropolitana.

Outra frente de trabalho que promete criar um novo point de lazer para o verão 2026/2027 fica na Ilha do Governador. No bairro da Zona Norte carioca, a reforma da Estação de Tratamento de Esgoto local e a instalação de coletores de tempo seco vão impedir que o esgoto chegue às praias da Guanabara, Bica e Engenhoca. As intervenções devem impedir o despejo diário de 4,9 milhões de litros de água suja, tornando essas praias próprias para banho até o fim do próximo ano.

“Saneamento é um grande aliado da saúde pública e da melhoria da qualidade de vida. Mas, além da saúde, somos vetores do desenvolvimento socioeconômico. Um estudo do Instituto Trata Brasil mostra que, para cada R$ 1 investido em saneamento, é gerado igual valor em benefícios socioeconômicos, como aquecimento do comércio, movimentação do turismo, valorização imobiliária, melhora no aprendizado infantil e redução do absenteísmo no trabalho”, afirmou o diretor institucional da Águas do Rio, Sinval Andrade.

Mais de R$ 5,1 bi já investidos

Desde novembro de 2021, a Águas do Rio já investiu mais de R$ 5,1 bilhões em melhorias que vão de novas tubulações ao resgate de equipamentos esquecidos por décadas. Um dos marcos mais significativos é a reestruturação do Interceptor Oceânico (túnel de 9 km responsável por conduzir o esgoto de parte do Centro e da Zona Sul até o Emissário Submarino de Ipanema).

A estrutura, que nunca havia passado por manutenção, foi desobstruída com a retirada de cerca de 3 mil toneladas de areia e lixo, ampliando sua capacidade e permitindo, por exemplo, o desvio do Rio Carioca para tratamento.

O efeito imediato desse avanço aparece nas praias icônicas da capital, como as do Flamengo, da Glória, da Urca e as de Paquetá, que voltaram a registrar seguidos índices inéditos de balneabilidade. Áreas que por anos simbolizaram a poluição da Baía de Guanabara agora recebem banhistas, praticantes de esportes aquáticos e um número crescente de espécies animais.

Cavalos-marinhos, tartarugas e outros indicadores de equilíbrio ambiental retornam ao habitat, reforçando a recuperação gradual de um dos principais cartões-postais do Rio.

Para os próximos anos, a empresa projeta R$ 19 bilhões de investimentos até 2033, sendo R$ 2,7 bilhões destinados exclusivamente à proteção da Baía de Guanabara por meio das estruturas de Coleta em Tempo Seco em cidades do entorno desse ecossistema.

Esse movimento ocorre em um contexto nacional marcado pelo Marco Legal do Saneamento (Lei nº 14.026/2020), que atualizou a legislação do setor, estabeleceu metas obrigatórias para a prestação dos serviços e reforçou mecanismos de governança, transparência e eficiência. O marco determina que até 2033 o país alcance 99% de abastecimento de água tratada e 90% de coleta e tratamento de esgoto, metas que orientam políticas públicas e investimentos em estados e municípios.

A recuperação da Baía de Guanabara também começa a ser observada por órgãos de controle e monitoramento ambiental como um caso relevante de continuidade de políticas de saneamento. Embora desafios importantes ainda estejam presentes, o avanço recente aponta para uma mudança de trajetória em um processo historicamente marcado por promessas interrompidas e obras inacabadas.



Conteúdo Original

2025-12-18 10:19:00

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