PT intensifica críticas à PM e defende fim do caráter militar das polícias estaduais

O ex-deputado José Dirceu fala em seminário do PT sobre segurança pública no Rio de Janeiro (PT/Divulgação) Com informações da Veja. Em meio à semana decisiva no Congresso para a tramitação de projetos ligados à segurança pública, o PT volta



O ex-deputado José Dirceu fala em seminário do PT sobre segurança pública no Rio de Janeiro (PT/Divulgação)

Com informações da Veja. Em meio à semana decisiva no Congresso para a tramitação de projetos ligados à segurança pública, o PT volta a mirar a Polícia Militar com uma cartilha que prega mudanças estruturais na atuação das corporações estaduais. No documento divulgado pela Fundação Perseu Abramo, o partido acusa a PM de operar sob uma lógica de “combate ao inimigo interno”, com viés racista contra pobres e negros, e defende uma reforma profunda no modelo militarizado das polícias.

“As Polícias Militares priorizam o flagrante delito, e o fazem imbuídas de um preconceito histórico contra pobres e negros”, diz o texto, que foi debatido na terça-feira (2) em seminário do partido no Rio.

A cartilha sustenta que a militarização das PMs remonta à ditadura e foi reforçada pela guerra às drogas, criando um ambiente onde a violência policial seria estimulada e o controle externo, enfraquecido. Segundo o documento, os regulamentos internos valorizam mais a disciplina militar nos quartéis do que o comportamento dos agentes nas ruas — o que, segundo o partido, favoreceria abusos e impunidade.

Outro ponto de crítica é a atuação do Ministério Público, que segundo o texto teria se tornado conivente com o arquivamento de casos graves de letalidade policial.

Edinho Silva ataca operação no Rio

Durante o seminário, o presidente nacional do PT, Edinho Silva, voltou a criticar a megaoperação policial realizada em 28 de outubro nos complexos da Penha e do Alemão, que terminou com mais de cem mortos.

“Não podemos bater palma para 121 corpos negros estirados no chão. Isso mostra que o Estado falhou e não teve políticas públicas para disputar esses jovens com o crime organizado”, afirmou.

A cartilha defende o que chama de “policiamento preventivo”, com protagonismo maior das guardas civis municipais, deixando à PM apenas crimes violentos e de maior complexidade. A proposta também sugere reduzir a presença ostensiva da PM em áreas urbanas, transferindo parte das tarefas de segurança para agentes civis desarmados.

O discurso reforça a distância cada vez mais explícita entre o partido do presidente Lula e as corporações militares estaduais — em especial num momento em que a segurança pública se tornou prioridade para governos estaduais como o de Cláudio Castro (PL), que vem defendendo ações de enfrentamento direto ao crime organizado, especialmente no Rio de Janeiro.



Conteúdo Original

2025-12-03 07:32:00

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