Uma operação de segurança na Praia do Forte, em Cabo Frio (RJ), resultou na detenção de 13 turistas de Belo Horizonte, identificados por câmeras de vigilância e reconhecimento facial. A ação, parte da Operação Verão Seguro, foi conduzida pela Guarda Civil Municipal em parceria com a Polícia Militar e a Polícia Civil. Nove dos detidos foram flagrados fumando maconha em meio a banhistas e crianças.
O prefeito de Cabo Frio, Doutor Serginho, criticou duramente o episódio:
“Alguns querem fumar maconha na frente das famílias. Não vamos permitir isso. Cabo Frio tem ordem. Acabou a bagunça”.
O secretário de Segurança e Ordem Pública, coronel Leandro Carvalho, destacou que o uso de reconhecimento facial já havia sido fundamental no Carnaval e agora volta a ser aplicado para garantir tranquilidade durante o verão.
Todos os detidos, porém, foram autuados por porte de drogas para consumo próprio e liberados em seguida. O caso será encaminhado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim).
A cena, que chamou atenção pela quantidade de pessoas conduzidas simultaneamente pela orla, em plena alta temporada e às vésperas do Réveillon, também serviu de alerta para tolerância da legislação com o uso de drogas ilícitias em locais públicos.
Impacto social
Casos como o de Cabo Frio ilustram a tensão entre a legislação branda e a realidade das praias e espaços públicos:
– Famílias e crianças expostas ao consumo de drogas em locais de lazer.
– Polícia e Guarda Municipal limitadas pela lei, que impede punições mais severas.
– Turistas liberados rapidamente, reforçando a sensação de impunidade.
A legislação e o debate nacional
O episódio reacende o debate sobre a Lei de Drogas de 2006, que prevê apenas sanções administrativas para usuários — como advertência, prestação de serviços comunitários ou medidas educativas. Na prática, não há prisão para porte de pequenas quantidades de maconha.
Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu descriminalizar o porte de maconha para consumo pessoal, estabelecendo um limite de 40 gramas como referência. A decisão, porém, gerou reação no Congresso, que discute a chamada PEC das Drogas, destinada a endurecer a legislação e criminalizar novamente o porte em qualquer quantidade.
O flagrante em Cabo Frio não é apenas um episódio isolado de alta temporada. Ele simboliza o choque entre propostas legislativas e a vida cotidiana em espaços públicos. Enquanto o STF avança em direção à descriminalização, prefeitos e secretários de segurança cobram medidas mais duras para preservar a ordem e o bem-estar das famílias nas praias brasileiras.
2025-12-29 10:01:00



