Oposição no Congresso acelera projeto que classifica facções como terroristas

Em um cenário de escalada da violência urbana, com facções criminosas lançando bombas por drones contra forças policiais no Rio de Janeiro, a oposição na Câmara dos Deputados intensifica a articulação para aprovar o projeto de lei que equipara organizações


Em um cenário de escalada da violência urbana, com facções criminosas lançando bombas por drones contra forças policiais no Rio de Janeiro, a oposição na Câmara dos Deputados intensifica a articulação para aprovar o projeto de lei que equipara organizações criminosas e milícias a grupos terroristas. A expectativa é que o texto seja levado ao plenário nas próximas semanas, em meio à pressão por respostas eficazes diante da crescente ousadia das facções, que têm adotado táticas de guerra para confrontar o Estado.

O projeto propõe a inclusão de organizações criminosas e milícias na Lei Antiterrorismo, o que pode ampliar penas e facilitar ações de inteligência e repressão. O texto, de autoria do deputado Danilo Forte (União-CE), teve urgência aprovada em maio e agora será relatado por Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de Segurança Pública de São Paulo e pré-candidato ao Senado em 2026.

Derrite vai se licenciar temporariamente do cargo no governo paulista para reassumir seu mandato parlamentar em novembro e conduzir a tramitação do PL 1.283/2025. A relatoria estava nas mãos de Nikolas Ferreira (PL-MG), que abriu mão da função em apoio ao aliado. “Abri mão da relatoria porque ele tem o histórico no combate às organizações criminosas. Honrei ele”, declarou Nikolas à CNN Brasil.

A movimentação ocorre em meio à comoção provocada pela reação dos bandidos às operações policiais em comunidades do Rio, que resultaram em dezenas de mortes e reacenderam o debate sobre o enfrentamento ao crime organizado. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmou que o projeto terá prioridade na Casa.

Derrite defende que a proposta é essencial para endurecer o combate às facções. “As organizações criminosas atuam como terroristas há muito tempo. Precisamos tipificar essa atuação para que o custo do crime aumente”, disse à CNN Brasil. Ele reconhece que o projeto não resolve todos os problemas da segurança pública, mas considera a medida parte de um conjunto de ações necessárias para conter a impunidade.

Fontes próximas ao secretário confirmam que sua licença será breve e estratégica, voltada exclusivamente à relatoria do projeto. A iniciativa tem potencial para redefinir o enfrentamento ao crime organizado no país, onde traficantes têm adotado táticas terroristas. Além do uso de drones para lançar explosivos contra forças policiais, os bandidos bloqueiam vias estratégicas para dificultar operações e ainda atiram contra a população civil que transita nessas vias para forçar a polícia a recuar.

 



Conteúdo Original

2025-11-07 08:57:00

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