Menos homicídios, mais furtos: balanço da segurança pública no Rio em maio de 2025

Foto: Divulgação Com informações do Diário do Rio. O Estado do Rio de Janeiro registrou uma importante queda na letalidade violenta no mês de maio de 2025, atingindo o menor número já registrado para o mês desde o início da



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Com informações do Diário do Rio.

O Estado do Rio de Janeiro registrou uma importante queda na letalidade violenta no mês de maio de 2025, atingindo o menor número já registrado para o mês desde o início da série histórica, em 1991. De acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP), foram 308 vítimas no período, uma redução de 13,7% em comparação ao mesmo mês de 2024, quando houve 357 ocorrências.

Entre os indicadores que compõem esse dado, chamou atenção a forte redução nas mortes por intervenção de agentes do Estado, que passaram de 84 para 44 casos — queda de 47,6%, a menor marca para maio desde 2015. Também houve queda no número de homicídios dolosos, com 255 registros, uma diminuição de 1,5%, sinalizando que o índice está no nível mais baixo para esse mês desde 2022.

Apesar da melhora nos crimes letais, o cenário é menos animador quando se olha para os delitos contra o patrimônio. O furto de celulares subiu 19%, saltando de 3.470 casos em maio de 2024 para 4.140 ocorrências no mesmo mês deste ano. O furto de bicicletas também teve aumento expressivo: foram 413 casos, contra 349 no ano passado — uma alta de 18%. Já o furto em transportes coletivos subiu 20%, com 741 registros no último mês.

Diante da crescente preocupação dos ciclistas, a Polícia Militar do Rio lançou uma nova funcionalidade no aplicativo 190RJ, que permite o cadastro de bicicletas, incluindo o número de chassi. Em caso de furto ou roubo, o usuário pode emitir um alerta pelo app, mesmo de outro aparelho. Com isso, a bicicleta passa a ser registrada nos sistemas da PM como furtada, aumentando as chances de recuperação durante abordagens.

Produtividade policial segue em alta

Mesmo com a alta nos furtos, os dados do ISP mostram uma elevação na produtividade das forças de segurança. Entre janeiro e maio de 2025, foram 322 fuzis apreendidos, uma média de dois por dia e um crescimento de 5% em relação ao mesmo período de 2024. Além disso, foram 2.687 armas de fogo retiradas de circulação, alta de 3%, e 17.927 prisões em flagrante, média de 119 por dia.

A polícia também recuperou 7.444 veículos, o que representa uma alta de 10% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Em maio, os roubos de veículos tiveram queda significativa de 31,6%, com 1.688 registros, o menor índice para o mês desde 2020. Já os roubos de rua tiveram ligeira redução de 0,3%, com 4.850 casos registrados.

No enfrentamento ao tráfico, foram 10.459 apreensões de drogas nos cinco primeiros meses do ano, crescimento de 5% em relação a 2024. Só em maio, foram 2.217 apreensões, aumento de 1,9% na comparação com o ano anterior.

Discurso oficial e desafios

“A redução da letalidade violenta vem ao encontro do que venho dizendo: nossas forças de segurança trabalham para salvar vidas, que é o bem mais precioso que temos”, declarou o governador Cláudio Castro, que voltou a cobrar uma atuação mais firme das forças federais para frear a entrada de armas de guerra no estado.

Já a diretora-presidente do ISP, Marcela Ortiz, destacou o papel da integração entre as polícias e o uso de inteligência: “A produtividade das forças de segurança reflete o compromisso do estado com o combate à criminalidade. O aumento nas apreensões, prisões e nos mandados cumpridos é resultado de um trabalho integrado, baseado em inteligência e análise de dados”, afirmou.

Apesar dos avanços, os dados revelam um cenário misto. O número menor de mortes e armas ilegais retiradas das ruas são sinais positivos. Por outro lado, o aumento dos furtos de celulares, bicicletas e em ônibus acende o alerta sobre a segurança cotidiana nas ruas e no transporte público, especialmente para moradores da capital e das cidades metropolitanas.

Os desafios continuam sendo a prevenção, o monitoramento em tempo real e o investimento em policiamento ostensivo e de proximidade, principalmente em regiões com maior incidência de crimes contra o patrimônio. Enquanto a violência letal cai, cresce a sensação de insegurança em espaços urbanos do dia a dia.



Conteúdo Original

2025-07-01 13:00:00

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