Leonardo Mesquita, futuro presidente da Ademi-RJ: do ‘escritório’ num Honda Fit ao título de Rei do Porto Maravilha – Agência de Notícias

Leonardo Mesquita, o executivo do mercado imobiliário que vai assumir do comando da Ademi-RJ agora em janeiro – Foto: Divulgação Com informações do Tempo Real. Leonardo Mesquita, o Rei do Porto Maravilha, o homem que assinou o lançamento de 20



Leonardo Mesquita, o executivo do mercado imobiliário que vai assumir do comando da Ademi-RJ agora em janeiro – Foto: Divulgação

Com informações do Tempo Real. Leonardo Mesquita, o Rei do Porto Maravilha, o homem que assinou o lançamento de 20 empreendimentos gigantes — isso para ficar só na região que mais cresce na cidade do Rio — quem diria, começou essa trajetória trabalhando dentro do próprio carro, um Honda Fit.

Nem escritório tinha.

Dezesseis anos depois, é o vice-presidente da gigante paulista Cury Construtora. E vai assumir, agora em janeiro, o comando da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ), uma das maiores entidades do setor no Brasil.

“Eu brinco com o pessoal que hoje trabalha aqui na Cury: no começo da empresa no Rio era só eu, um laptop e o carro. E aí a gente foi dando todos aqueles passinhos. Primeiro eu aluguei uma sala, foi crescendo e a empresa começando a ganhar forma. Depois de seis anos, já estávamos numa posição legal no Rio. Tanto que me chamaram para assumir São Paulo também. Desde então, há cerca de dez anos, eu sou responsável pela parte de negócios da construtora”, conta.

DNA da habitação popular é festejado pelo setor

Foi na primeira década dos anos 2000 que Leonardo Mesquita, formado em Direito, enveredou pelo ramo imobiliário — aos 21 anos, como estagiário numa empresa de administração de imóveis. De lá, partiu para a primeira construtora, especializada em moradias populares. Foi essa bagagem que levou para a Cury, gigante paulista que aportou no Rio 16 anos atrás. Será o primeiro dirigente da Ademi-RJ com origem no segmento econômico, ou popular — um especialista em Minha Casa Minha Vida.

“A Cury teve uma história um pouco diferente das outras construtoras que estavam entrando no Rio. Era muito tradicional entrar pela Zona Oeste, porque era onde tinha mais terrenos. Sempre foi o natural. A Cury também foi, obviamente, nessas regiões. Mas acabou tendo uma participação muito forte, eu diria que ela se consolidou como a maior construtora da Zona Norte do Rio”.

Esse DNA de habitação popular é um das novidades festejadas por parceiros do setor, como Claudio Hermolin, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio).

“O Léo sempre foi um executivo atuante no setor, comandou durante muito tempo a Comissão de Habitação de Interesse Social do Sinduscom, sendo responsável por grandes avanços que tivemos nesse segmento ao longo dos últimos anos. Certamente será um parceiro ainda maior agora, como presidente da Ademi do Rio”, resume Hermolin.

Leonardo Mesquita e a turma da Cury: premiado pela Ademi que agora vai comandar – Foto: Divulgação

Jacarepaguá e Zona Norte deram régua e compasso a Leonardo Mesquita

A bagagem suburbana foi fundamental na transposição para a Zona Portuária. Para quem vinha da aridez de serviços e infraestrutura da Zona Norte, foi um upgrade e tanto.

“Mesmo na Barra, quando você vai fazer um condomínio, tem que fazer a rua, tem que fazer não sei o quê, e o Porto era um lugar que tinha tudo. Tem a rua, tem transporte, tem cabeamento, toda fiação aqui é subterrânea. A gente olhava isso e pensava, meu Deus do céu, tudo que eu tenho que fazer, normalmente, lá está feito. Então eu acho que esse histórico da nossa vivência na Zona Norte, das dificuldades que a gente viveu, acho que nos deu conhecimento para poder entrar aqui da forma que deveria”, conta.

Dizem que as dificuldades moldam o caráter. Depois da passagem pela Zona Norte, Leonardo Mesquita chegou ao Porto sabendo ouvir, e negociar.

“O Leo teve a sensibilidade de entender o tamanho que a Cury estava tomando ali, no território. Que os empreendimentos dele teriam impacto num lugar novo, inclusive para a cidade. Daí que ele entendeu os antigos moradores, os movimentos culturais que já existiam na região e integrou tudo”, conta o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Gustavo Guerrante. “É uma habilidade dele, uma pessoa contemporizadora, solucionadora, propositiva”.

Foi ideia de Leonardo, por exemplo, a criação da Câmara Comunitária do Porto. Algo muito comum no interior, mas inovadora no Grande Rio. Em motos e viaturas, com pontos fixos de vigia e atenção especial às ‘ramblas’ que conectam uma rua à outra, agentes de segurança comunitária tomam conta do novo bairro. Com um apitinho (e muita tecnologia, claro), grupos de quatro vigilantes zelam pela ordem pública e até pelos serviços que devem ser prestados pela prefeitura.

“Eles fazem a ponte entre os moradores e os serviços públicos. Acionam a subprefeitura, por exemplo, se houver problemas, como deficiências na coleta de lixo”, conta Guerrante.

A experiência pessoal de Leonardo Mesquita também contou muito no desbravamento do Porto Maravilha. Criado em Jacarepaguá, um dos bairros mais mal servidos pelo transporte público na cidade do Rio de Janeiro, o homem sentiu na pele uma das maiores mazelas cariocas.

“Eu fui a minha vida inteira, até a minha juventude, morador de Jacarepaguá. E estudei no Pedro II da Tijuca. Então, minha vida era ônibus e transporte. Era um mundo que o automóvel dominava. O problema é que a gente começou a esgotar essa questão do carro”, lembra.

Daí que um dos maiores atrativos dos empreendimentos no Porto Maravilha passou a ser, exatamente, o velho e bom sonho de todo suburbano: morar perto do trabalho. Para se ter uma ideia, criou uma ferramenta que ajuda, e muito, nas vendas. A “Cury mais vida”, uma calculadora.

“Que é, na verdade, uma brincadeira. Ela pega o endereço atual do interessado em comprar o imóvel, o endereço do trabalho dele e o do novo empreendimento aqui no Porto. E faz um cálculo do quanto ele vai ganhar em tempo de vida, sem transporte público, durante 30 anos”, conta.

Ideia que só poderia partir de quem conhece muito bem o Rio — de Jacarepaguá à Zona Norte.

De dentro de um ônibus — ou a bordo de um Honda Fit.



Conteúdo Original

2025-12-28 15:54:00

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