Labubu e bebês reborn: o golpe do afeto que tem deixado vítimas mais carentes — e endividadas

O que têm em comum um monstrinho de pelúcia feio de dentes serrilhados e uma boneca que parece um recém-nascido real? Ambos se tornaram símbolos de conforto emocional em tempos de solidão — e agora também são iscas para estelionatários


O que têm em comum um monstrinho de pelúcia feio de dentes serrilhados e uma boneca que parece um recém-nascido real? Ambos se tornaram símbolos de conforto emocional em tempos de solidão — e agora também são iscas para estelionatários virtuais que sabem muito bem como manipular a carência alheia.

Os Labubus, criados pelo artista Kasing Lung e celebrados por nomes como Rihanna, Lisa (BLACKPINK) e Marina Ruy Barbosa, tornaram-se o novo fetiche da cultura pop. Já os bebês reborn, hiper-realistas a ponto de comover, há anos ocupam um espaço no coração de pessoas que lidam com o luto, a solidão ou o desejo de afeto incondicional, mas preferem silicone ao invés de calor humano.

Mas por trás desse apelo emocional, há criminosos prontos para lucrar com a vulnerabilidade de seus alvos.

Esqueça os bebês reborn! Agora o consolo emocional vem com orelhas pontudas e olhos arregalados

Segundo dados da Kaspersky – empresa especializda em segurança cibernética – sites falsos que imitam revendas oficiais da Pop Mart e lojas especializadas em reborn proliferam na internet, oferecendo brinquedos com descontos irresistíveis e nomes como “importado do Japão” ou “edição limitada”. O resultado: vítimas ainda mais emocionalmente expostas e agora também lesadas financeiramente.

Esses golpes miram justamente quem está em busca de companhia ou consolo. A vítima perde dinheiro, dados e o pouco que restava de confiança nas outras pessoas.

Elas estão descontroladas: projeto na Alerj busca apoio psicológico para ‘mães’ de bebês reborn

Nos golpes com bebês reborn, é comum o uso de anúncios falsos prometendo bonecas por menos de R$ 100, quizzes fantasiosos que prometem um exemplar gratuito mediante pagamento de frete e até perfis no Instagram fingindo ser mães que “precisam doar” seus bebês reborn por razões emocionais. Tudo mentira.

Ambos os casos escancaram uma realidade inquietante: em um mundo hiperconectado, onde afeto virou algoritmo e vínculo virou produto, até a carência pode virar mercadoria de engano.

Ao tentar preencher um vazio com um boneco ou boneca, o comprador acaba se sentindo ainda mais só, em meio à frustração, vergonha e dívida.

Bebês reborn cresceram… E a loucura também!



Conteúdo Original

2025-07-30 11:56:00

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