Em um alerta que reverberou pelos corredores do poder e pelos escritórios ao redor do mundo, o Fórum Econômico Mundial divulgou neste ano uma previsão que sacudiu o debate sobre o futuro do trabalho: a inteligência artificial (IA) poderá eliminar até 92 milhões de empregos até 2030.
O impacto global
Segundo o relatório, essa transformação tecnológica representa 22% dos empregos formais atuais, com 170 milhões de novas funções sendo criadas, resultando em um saldo positivo de 78 milhões de vagas. No entanto, o caminho até esse novo equilíbrio será turbulento.
Economias desenvolvidas devem sentir o maior impacto, com 60% dos postos de trabalho afetados, metade de forma negativa. Já nas economias emergentes, 40% das vagas estão sob risco, e nos países de baixa renda, 26%.
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Empregos em extinção
A revolução da IA não mira apenas os trabalhadores manuais, como em revoluções anteriores. Agora, profissões de escritório e intelectuais estão na linha de fogo. Estão entre as mais ameaçadas:
– Programadores júnior e desenvolvedores web
– Contadores e analistas financeiros
– Redatores técnicos e tradutores
– Operadores de entrada de dados
– Atendentes de telemarketing
As profissões que resistem
Por outro lado, trabalhos que exigem habilidades humanas, inteligência emocional e ação em ambientes imprevisíveis devem sobreviver à automação:
– Profissionais da saúde e cuidadores
– Trabalhadores da construção civil
– Professores e educadores
– Bombeiros e policiais
– Artistas e criativos estratégicos
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Reações e controvérsias
O diretor executivo da Amazon, Andy Jassy, já anunciou cortes de pessoal, afirmando que a IA substituirá uma grande parcela dos funcionários humanos. A startup Anthropic prevê que, em até cinco anos, metade das vagas para iniciantes em setores não manuais pode desaparecer. A plataforma Duolingo também planeja substituir gradualmente seus colaboradores externos por IA.
O alerta chegou até o Vaticano: o Papa Leão XIV declarou que a IA representa uma ameaça à subsistência e à dignidade humana. Já economistas como Enzo Weber, do Instituto IAB da Alemanha, defendem que a IA transforma o trabalho, mas não o elimina, e pode ser uma aliada na produtividade e inovação.
O futuro exige adaptação
O relatório do Fórum Econômico Mundial enfatiza que 59% da força de trabalho global precisará de requalificação até 2030, e que a lacuna de habilidades é hoje o maior obstáculo à transformação dos negócios. Habilidades como pensamento analítico, criatividade, resiliência e alfabetização tecnológica serão cruciais para prosperar nesse novo cenário.
A inteligência artificial não é mais uma promessa distante — é uma força que já está moldando o presente. O desafio agora é garantir que essa revolução não deixe milhões para trás. Empresas, governos e trabalhadores precisam agir juntos, investindo em capacitação e políticas inclusivas para que o futuro do trabalho seja mais humano, mesmo em meio às máquinas.
2025-07-14 10:30:00