Inflação em alta! Brasil estoura meta e expõe fragilidade da política econômica

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,24% em junho, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (10). Com isso, a inflação acumulada nos últimos 12 meses atingiu 5,35%, ultrapassando pela primeira vez o teto


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,24% em junho, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (10). Com isso, a inflação acumulada nos últimos 12 meses atingiu 5,35%, ultrapassando pela primeira vez o teto da meta contínua de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.

Este é o sexto mês consecutivo em que o índice permanece acima do limite, configurando oficialmente o descumprimento da meta. A nova regra, em vigor desde janeiro, exige que o Banco Central publique uma carta aberta ao Ministério da Fazenda explicando os motivos do desvio e as medidas corretivas.

Energia elétrica e transportes pressionam o índice

Entre os principais vilões da inflação estão a energia elétrica residencial, que acumula alta de 6,93% no semestre e foi o item de maior impacto individual no IPCA de junho. A implementação da bandeira tarifária vermelha elevou ainda mais os custos para as famílias. O grupo Transportes também contribuiu significativamente, com aumentos em serviços como transporte por aplicativo e conserto de veículos.

Nem mesmo com o grupo alimentação e bebidas apresentando queda de 0,18% – após esforços do governo para interromper nove meses consecutivos de alta e tentar conter o desgaste da imagem de Lula – o alívio foi suficiente para conter o avanço da inflação geral.

Críticas à condução econômica do governo

O estouro da meta reacende críticas à gestão econômica do governo Lula, que enfrenta dificuldades para conter a escalada dos preços e equilibrar as contas públicas. Apesar da desaceleração pontual em relação a maio (0,26%), o resultado veio acima das projeções do mercado, que esperava 0,20%.

A política fiscal expansionista, aliada à falta de reformas estruturais, tem sido apontada por analistas como fator de pressão sobre os preços e sobre a credibilidade do regime de metas. A taxa básica de juros, a Selic, permanece em 15% ao ano, mas o efeito sobre a inflação tem sido limitado.

E agora?

Com o país oficialmente fora da meta, o Banco Central terá que justificar publicamente o descumprimento e apresentar um plano de ação. Enquanto isso, o mercado financeiro segue cauteloso, projetando IPCA de 5,18% até dezembro, ainda distante do teto permitido.

O cenário reforça a urgência de medidas mais eficazes para restaurar a confiança na política econômica e proteger o poder de compra da população.



Conteúdo Original

2025-07-10 13:27:00

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