Com a chegada do calor e o termômetro batendo 40,9ºC, o que deveria ser um domingo de lazer se transformou em um cenário de caos e medo nas zonas Sul e Oeste do Rio de Janeiro. Ônibus superlotados, depredados e invadidos por grupos de adolescentes marcaram a saída das praias, enquanto arrastões, asssaltos e agressões se espalharam pelas ruas, deixando moradores e turistas em estado de alerta diante da impunidade.
Legislação ultrapassada
Apesar da gravidade dos fatos, a legislação brasileira continua a considerar menores de 18 anos como inimputáveis, o que impede que sejam responsabilizados criminalmente como adultos. A consequência é clara: não há polícia que dê conta, nem sociedade que se sinta segura.
A indignação da população se intensifica ao lembrar que, há exatamente um ano, cenas semelhantes tomaram conta das ruas cariocas. Na ocasião, a Justiça – baseada na legislação – suspendeu a Operação Verão da Polícia Militar, impedindo ações preventivas e determinando que a polícia só atuasse após o crime consumado — uma decisão que gerou revolta e sensação de abandono entre os moradores.
Reações e prejuízos
O sindicato Rio Ônibus repudiou os atos de vandalismo e alertou que os prejuízos mensais ultrapassam R$ 2 milhões, valor que poderia ser investido em melhorias no transporte público. “Esses comportamentos, além de criminosos, colocam em risco a vida de passageiros, rodoviários e dos próprios vândalos”, afirmou em nota.
Verão que se aproxima trazendo medo
Na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, menores praticaram roubos em plena luz do dia. Um ônibus da linha 426 foi abordado por agentes da Guarda Municipal, mas os criminosos — em sua maioria menores de idade — fugiram ao descer do coletivo. Em outros registros, menores foram vistos invadindo as linhas 433, 474 e até surfando no teto do ônibus 483, ameaçando roubar os celulares de pedestres que tentavam registrar os abusos.
Em um dos episódios mais chocantes, um grupo invadiu um restaurante em Copacabana, depredou o local e roubou clientes. As imagens viralizaram na internet. No Recreio dos Bandeirantes, jovens travaram um coletivo para embarcar pelas janelas e portas traseiras.
Até quando?
Com a primavera mal iniciada e as temperaturas já elevadas, o Rio de Janeiro se vê novamente refém de uma onda de crimes de menores que desafiam a autoridade policial e escancaram a fragilidade de uma legislação que não acompanha a realidade das ruas. A pergunta que ecoa entre os cariocas é: até quando a sociedade terá que assistir calada?
2025-09-22 09:19:00