IFI alerta: Governo Lula pode ter que bloquear gastos já no início de 2026

Embora não enxerguem ainda uma crise aguda como a que assolou a Argentina, os economistas da Instituição Fiscal Independente (IFI) apontam que o quadro brasileiro vem se deteriorando de forma “lenta, gradual e progressiva”. E o novo relatório divulgado nesta


Embora não enxerguem ainda uma crise aguda como a que assolou a Argentina, os economistas da Instituição Fiscal Independente (IFI) apontam que o quadro brasileiro vem se deteriorando de forma “lenta, gradual e progressiva”. E o novo relatório divulgado nesta quinta-feira (18) escancara uma diferença drástica entre as projeções do governo para 2026 e a realidade econômica que se desenha — com impactos diretos sobre o orçamento, a arrecadação e a credibilidade fiscal.

A IFI é um órgão criado pelo Senado que monitora e avalia as contas públicas do governo federal, fornecendo análises e estudos para aumentar a transparência e auxiliar os políticos na tomada de decisões fiscais.

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Orçamento pode começar o ano já precisando de revisão

Com parâmetros considerados irreais, o governo corre o risco de iniciar 2026 com necessidade de rever gastos e realizar bloqueios orçamentários. A IFI calcula que seria necessário um esforço fiscal adicional de R$ 79,3 bilhões para atingir a meta — e um superávit de 2,1% do PIB para estabilizar a dívida pública no médio prazo, algo ainda distante.

Enquanto o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) prevê crescimento de 2,4% do PIB e inflação de 3,6%, a IFI projeta um avanço tímido de 1,7% e inflação de 4,3%. Essa disparidade compromete estimativas de receita e coloca em xeque a meta de superávit primário de 0,25% do PIB (R$ 34,3 bilhões). Segundo o relatório, o resultado efetivo esperado é um déficit de R$ 103 bilhões — mesmo com os abatimentos legais, o saldo negativo seria de R$ 45 bilhões, fora da margem de tolerância do novo arcabouço fiscal.

“Só essa diferença entre as projeções de crescimento do PIB já afeta significativamente algumas estimativas do orçamento, em particular as de receita”, alertou o diretor do IFI, Alexandre Andrade.

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Receitas incertas e despesas subestimadas

O relatório também aponta que boa parte das receitas previstas depende de aprovação legislativa, como a tributação de apostas, fintechs e aplicações financeiras antes isentas. Do lado das despesas, há otimismo excessivo nas projeções para gastos previdenciários e assistenciais, especialmente em relação à inflação e ao número de beneficiários.

Emendas parlamentares fora do orçamento

A ausência de reserva para emendas de comissão — estimadas em R$ 12 bilhões — deve gerar readequações durante a tramitação do PLOA no Congresso. Segundo a IFI, o governo optou por não incluir essa despesa, o que pode gerar impasses políticos e ajustes forçados.

Diagnóstico fiscal: arcabouço fragilizado

Para os diretores Marcus Pestana e Alexandre Andrade, mudanças nas metas e exclusões de despesas do limite de gastos comprometem o papel do arcabouço fiscal como sinalizador de solidez. O Brasil, segundo eles, ainda não vive uma crise aguda, mas segue em trajetória de erosão fiscal silenciosa — e cada vez mais difícil de reverter sem medidas duras e realistas.



Conteúdo Original

2025-09-19 04:00:00

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