O segundo dia do fórum de governadores do Consórcio Sul-Sudeste (Cosud), realizado no Rio de Janeiro, foi marcado por duras críticas à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Segurança Pública apresentada pelo governo Lula. Para os líderes estaduais, a medida engessa o enfrentamento ao crime organizado e transfere responsabilidades que deveriam ser da União.
– Jorginho Mello (PL-SC) disparou contra o excesso de leis: “Não fique inventando PEC. A gente se atrapalha com tanta lei. Para que mais uma PEC? Para engessar? Deixe os Estados dentro de suas características”.
– Eduardo Leite (PSD-RS) acusou o governo federal de se esquivar da responsabilidade e defendeu maior investimento em inteligência.
– Ronaldo Caiado (União-GO), em videoconferência, reforçou que o policiamento de fronteiras é dever da União e criticou a omissão de Brasília.
Elogios a Cláudio Castro
Em contraste às críticas ao Planalto, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), foi exaltado por colegas pela megaoperação que deixou mais de 100 bandidos mortos em outubro na zona norte da capital. A ação, considerada a mais eficaz da história fluminense, consolidou Castro como liderança na pauta da segurança e inspirou a criação do Consórcio da Paz, que busca integrar forças policiais e sistemas de inteligência entre estados.
– Romeu Zema (Novo-MG) afirmou que Minas conseguiu conter o avanço das facções.
– Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) destacou índices recordes de redução da criminalidade em São Paulo e parabenizou Castro.
Defesa de penas mais duras
O encontro também serviu de palco para a defesa de um endurecimento penal. Parlamentares e governadores cobraram mudanças na legislação para frear a reincidência e fortalecer o combate às facções.
– Dr. Luizinho (PP) defendeu penas mais altas como forma de desestimular o aliciamento de jovens pelo tráfico.
– Guilherme Derrite (Progressistas), relator do PL Antifacção, apresentou proposta que cria 11 novos tipos penais, prevê penas de até 40 anos e cumprimento mínimo de 70% em regime fechado para crimes hediondos, além de proibir visitas íntimas. “O povo não aguenta mais prender 15 vezes o mesmo criminoso”, disse.
Articulação interestadual
O Cosud acontece em paralelo às discussões no Congresso sobre segurança pública e endurecimento penal. A articulação interestadual e a criação de gabinetes de crise reforçam a tentativa de construir uma frente política unificada contra o crime organizado. Analistas apontam que o tema deve dominar o debate eleitoral de 2026, colocando a segurança pública no centro da disputa.
2025-12-05 14:38:00



