Gigi Castilho: ‘O poder público precisa ir aonde as dores estão. E, muitas vezes, elas estão dentro de casa’

Com um mandato voltado para as mulheres, a primeira infância e as famílias das periferias cariocas, a vereadora Gigi Castilho (Republicanos) tem se destacado entre os novatos da Câmara do Rio. Educadora de formação e moradora da Zona Oeste, Gigi


Com um mandato voltado para as mulheres, a primeira infância e as famílias das periferias cariocas, a vereadora Gigi Castilho (Republicanos) tem se destacado entre os novatos da Câmara do Rio.

Educadora de formação e moradora da Zona Oeste, Gigi foi eleita com 13.492 votos e afirma que legislar é mais do que apresentar projetos: é representar, escutar e ocupar espaços que por muito tempo ficaram silenciosos.

Em entrevista, ela detalha os pilares que orientam seu mandato e explica como suas propostas buscam transformar realidades cariocas de forma concreta.

COISAS DA POLÍTICA – A senhora iniciou seu primeiro mandato com seis eixos prioritários. Como esses pilares se refletem nas ações legislativas?

GIGI CASTILHO – Desde o início, deixei claro que meu mandato teria seis pilares: mulher, empreendedorismo, educação, primeira infância, esportes e saúde. Não são bandeiras de marketing, são compromissos com as realidades que vivi como mãe, educadora e cidadã. Um exemplo é o projeto que apresentei criando as Salas Lilás nos CRAS. A gente fala muito sobre violência contra a mulher, mas poucas vezes oferece acolhimento real. A proposta garante um espaço protegido, com equipe multiprofissional, para mulheres vítimas de violência doméstica e seus filhos, com respaldo psicológico, jurídico e social, além da obrigação de comunicação com as delegacias da mulher. A violência não avisa quando vai acontecer, então o atendimento precisa ser contínuo e seguro.

COISAS DA POLÍTICA – Além da pauta de gênero, a senhora tem atuado fortemente pela inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Quais medidas já foram apresentadas?

GIGI CASTILHO – Dois projetos muito importantes. O primeiro obriga hospitais e unidades de saúde a adaptarem espaços sensoriais para atendimento de pessoas com TEA. Um pronto-socorro barulhento e lotado pode causar uma crise violenta em uma criança autista, algo que muitos não entendem porque nunca viveram isso na pele. O segundo projeto cria o Programa de Vacinação Domiciliar para pessoas com TEA. Ou seja, garante que essas crianças e jovens possam ser vacinados em casa, com acompanhamento e agendamento adequado. Isso evita traumas e amplia a cobertura vacinal entre um grupo que, muitas vezes, é deixado de lado. Não é privilégio. É justiça.

COISAS DA POLÍTICA – A senhora se baseou em relatos de mães e familiares para desenvolver esse projeto da vacinação em casa. O que esses depoimentos revelam?

GIGI CASTILHO – Essas mães estão esgotadas. São mulheres que enfrentam o abandono do sistema de saúde, que carregam seus filhos no colo sem saber como vão lidar com a próxima crise. Ouvi relatos de mães que desistiram de vacinar seus filhos porque a fila estava grande e o filho já tinha entrado em colapso. Outras relataram olhares de julgamento dentro do posto. Isso é desumano. Com o projeto, queremos permitir que essas mães respirem. Que possam garantir o direito básico à imunização sem precisar sacrificar a saúde mental do filho. É mais que saúde pública. É empatia institucionalizada.

COISAS DA POLÍTICA – Maio foi um mês de mobilização com ações como o Maio Laranja e eventos de conscientização em Sepetiba. Como a senhora avalia essas iniciativas?

GIGI CASTILHO – Foi um mês muito importante. No Maio Laranja, ocupamos a Praça Oscar Rossin com uma grande ação de conscientização contra a violência infantil. Mais de 300 pessoas participaram de atividades gratuitas como aula de zumba, atendimento com dentista, nutricionista, manicure, maquiadora, entre outros serviços. A presença foi forte, e o impacto também. Mas quero destacar especialmente a caminhada de conscientização sobre o autismo que realizamos em Sepetiba — foi a primeira, e agora se tornará anual. A comunidade respondeu, abraçou o evento e entendeu que inclusão se faz com presença e respeito.

COISAS DA POLÍTICA – Então a caminhada pelo autismo será uma marca do seu mandato na Zona Oeste?

GIGI CASTILHO – Com certeza. Sepetiba merece esse cuidado e esse olhar atento. A caminhada vai fazer parte do nosso calendário anual porque é mais que simbólica, ela cria laços, rompe preconceitos e dá visibilidade a famílias que muitas vezes enfrentam tudo sozinhas. Foi emocionante ver pais, mães, educadores e crianças caminhando juntos, com orgulho e acolhimento. Vamos repetir e ampliar essa mobilização a cada ano.

COISAS DA POLÍTICA – Como a senhora avalia os primeiros meses de mandato? Já sente que está conseguindo deixar sua marca?

GIGI CASTILHO – A política precisa ter rosto e nome. Precisa falar a linguagem do povo. Em poucos meses, conseguimos apresentar projetos relevantes, construir parcerias, mobilizar a população e mostrar que o gabinete da Gigi está aberto e atuante. Eu não vim para fazer figuração. Vim para ser instrumento. Para lutar por quem precisa. Nossa cidade precisa de coragem, empatia e presença. E é isso que estou entregando: um mandato firme, feminino, sensível e comprometido com as bases que me elegeram. O povo vai ver que é possível fazer diferente.



Conteúdo Original

2025-08-08 08:00:00

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