A mais recente pesquisa do Instituto Gerp, divulgada nesta quinta-feira (4), confirma o que os bastidores políticos já antecipavam: Flávio Bolsonaro (PL) caminha com firmeza para garantir uma das duas vagas ao Senado pelo Rio de Janeiro em 2026. Com 32% das intenções de voto, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro aparece como líder isolado, reforçando o peso do bolsonarismo no estado e impulsionando as chances de Cláudio Castro — o mesmo movimento que, em 2018, ajudou a eleger Arolde de Oliveira (PSD) como segundo senador.
O levantamento revela um dado estratégico: quanto mais Flávio se consolida como o nome preferido do eleitorado conservador, maior é a chance de o governador Cláudio Castro (PL) conquistar a segunda vaga. Como cada eleitor pode votar em dois candidatos, o voto da direita tende a se concentrar em nomes com viabilidade eleitoral. E é aí que Castro ganha força: na disputa pela “segunda vaga”, aparece empatado com Benedita da Silva (PT), ambos com 14%, quando o eleitor é questionado sobre seu segundo voto.
Esse cenário reforça uma lógica já conhecida entre os eleitores conservadores fluminenses: votar em candidatos sem chances reais de vitória pode abrir espaço para que a esquerda ocupe a segunda cadeira. Para quem escolhe Flávio como primeira opção, dificilmente o segundo voto irá para Benedita ou Molon (PSB), que aparece com 9% nesse recorte.
Rejeição ao governo Lula mina candidatura petista
Outro fator que pesa contra Benedita é o desgaste do governo federal no estado. Segundo o Gerp, 56% dos fluminenses desaprovam a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto apenas 30% a classificam como “boa” ou “ótima”. Essa rejeição pode impactar diretamente a candidatura da deputada petista, que carrega a bandeira do governo em um estado majoritariamente conservador — como demonstram as últimas eleições e pesquisas.
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Rio de Janeiro: território consolidado da direita
A pesquisa reforça o perfil ideológico do eleitorado fluminense. Flávio Bolsonaro atinge impressionantes 55% na Baixada Fluminense e no Sul do estado, enquanto Castro chega a 30% em regiões como o Noroeste e o interior, onde mantém bases políticas sólidas. Já Benedita cresce no Norte e Noroeste, mas enfrenta resistência nas áreas mais populosas da Região Metropolitana.
Com Flávio Bolsonaro praticamente garantido e Castro em ascensão, a pesquisa Gerp desenha um cenário em que a direita tem grandes chances de ocupar as duas cadeiras do Senado pelo Rio de Janeiro. A fragmentação da esquerda e a rejeição ao governo Lula tornam a missão de Benedita e Molon ainda mais difícil — e reforçam a estratégia conservadora de consolidar votos em nomes com real potencial de vitória.
Se o padrão de 2018 se repetir, o bolsonarismo pode novamente emplacar dois senadores no estado. E desta vez, com ainda mais força.
2025-09-04 09:55:00