Impulsionada pela repercussão da violenta reação de facções criminosas à megaoperação policial no Rio de Janeiro, a oposição na Câmara dos Deputados articula com força total a votação do projeto de lei que equipara milícias e organizações criminosas a grupos terroristas. O texto deve ser levado ao plenário nas próximas semanas, em meio à pressão por medidas mais duras contra o crime organizado.
Projeto endurece combate e amplia poderes de repressão
De autoria do deputado Danilo Forte (União-CE), o PL 1.283/2025 propõe a inclusão de facções e milícias na Lei Antiterrorismo. A mudança permitiria penas mais severas e facilitaria ações de inteligência e repressão. A urgência da proposta foi aprovada em maio, mas ganhou novo fôlego após os confrontos no Rio, que deixaram dezenas de mortos e reacenderam o debate sobre a escalada da violência.
Derrite assume relatoria com apoio de Nikolas Ferreira
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP-SP), vai se licenciar temporariamente do cargo para reassumir seu mandato parlamentar e conduzir a relatoria do projeto. A função estava com o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que abriu mão em apoio ao aliado. “Abri mão da relatoria porque ele tem o histórico no combate às organizações criminosas. Honrei ele”, declarou Nikolas à CNN Brasil.
Prioridade na Câmara
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmou que o projeto terá prioridade na pauta. A movimentação ocorre em meio à comoção nacional provocada pelas táticas de guerra adotadas por facções, como o uso de drones para lançar explosivos, bloqueio de vias estratégicas e ataques contra civis para dificultar ações policiais.
‘Facções já atuam como terroristas’, diz Derrite
Derrite defende que a proposta é essencial para elevar o custo do crime e endurecer o enfrentamento. “As organizações criminosas atuam como terroristas há muito tempo. Precisamos tipificar essa atuação para que o custo do crime aumente”, afirmou à CNN Brasil. Ele reconhece que o projeto não resolve todos os problemas da segurança pública, mas considera a medida parte de um conjunto de ações para conter a impunidade.
Licença estratégica e foco exclusivo na tramitação
Fontes próximas ao secretário confirmam que sua licença será breve e estratégica, voltada exclusivamente à relatoria do projeto. A expectativa é que a proposta seja votada ainda neste semestre, com potencial para redefinir o enfrentamento ao crime organizado no Brasil.
2025-11-02 00:00:00


