Esquema criminoso no Detro manipulava multas para beneficiar permissionários do transporte intermunicipal

Em mais um capítulo da ofensiva contra a corrupção no transporte público fluminense, a Polícia Civil deflagrou nesta segunda-feira (15) a Operação Cancellatum, que investiga um esquema criminoso de adulteração de multas aplicadas a empresas de ônibus intermunicipais. A ação,


Em mais um capítulo da ofensiva contra a corrupção no transporte público fluminense, a Polícia Civil deflagrou nesta segunda-feira (15) a Operação Cancellatum, que investiga um esquema criminoso de adulteração de multas aplicadas a empresas de ônibus intermunicipais. A ação, que teve como alvo direto o servidor comissionado da Coordenadoria Econômica do Detro  José Luis Monteiro Mainoth, suspeito de reduzir ilegalmente em até 60% os valores das penalidades, representa um avanço nas denúncias feitas há tempos pela Tropa de Choque da Alerj — grupo formado pelos deputados Alan Lopes (PL), Filippe Poubel (PL) e Rodrigo Amorim (União), que vinha pressionando pela extinção do órgão e denunciando favorecimentos sistemáticos.

Denúncias antigas ganham força

O grupo parlamentar já havia denunciado não apenas o favorecimento a empresas de ônibus, mas também a chamada máfia dos reboques, apontando o Detro como um reduto de práticas obscuras e reiteradas irregularidades. A deflagração da operação é vista como uma resposta concreta às pressões políticas e às investigações internas que vinham se acumulando.

Fraude sofisticada e rastros digitais

A investigação foi conduzida pela Delegacia Especializada em Crimes Contra a Fazenda (Delfaz), após denúncia do Núcleo de Inteligência do próprio Detro. Auditorias internas confirmaram que boletos bancários adulterados estavam vinculados ao login funcional do servidor investigado, com acessos ao sistema realizados a partir de endereços de IP residenciais, inclusive em fins de semana e feriados, fora do expediente.

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados ao servidor, com foco na coleta de documentos físicos e digitais, computadores e registros financeiros que possam comprovar o esquema. A Polícia Civil agora trabalha para identificar outros possíveis beneficiários da fraude, incluindo permissionários e servidores que possam ter participado ou se beneficiado do esquema.

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Desmonte de uma rede institucionalizada

A Operação Cancellatum escancara o funcionamento de uma verdadeira máfia das multas, que há anos drena recursos públicos e compromete a credibilidade do sistema rodoviário. A expectativa é que novas fases da investigação tragam à tona outros nomes e aprofundem o desmonte dessa rede de corrupção institucionalizada, fortalecendo o papel fiscalizador da Alerj e o clamor popular por uma gestão pública mais íntegra.

 



Conteúdo Original

2025-09-15 13:12:00

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