É oficial: o Brasil acaba de encontrar sua nova terapia coletiva. Não, não é meditação, nem análise. É o Lafufu, um boneco de pelúcia de olhar vidrado e dentes afiados que chegou para preencher o vazio existencial que nem o streaming, o café gelado ou os bebês reborn deram conta de resolver.
Direto da Ásia — porque os traumas agora vêm embalados em caixas-surpresa importadas — o Lafufu tomou conta das redes, das prateleiras da 25 de Março (SP) e, claro, do coração de adultos desesperadamente em busca de afeto. Afinal, por que investir em relações humanas quando você pode ter um monstrinho que nunca te julga e custa só R$ 80?
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Em breve, o Lafufu deve invadir os camelôs do Rio, mas enquanto isso não acontece, o carioca já pode garantir o seu pela Shopee, devidamente acrescido da clássica “taxa das blusinhas”. Porque nada mais carioca do que esperar o monstrinho chegar de mototáxi direto do outro lado do mundo, embalado em plástico bolha e ansiedade.
Impulsionado por TikToks que beiram o transe espiritual, o Lafufu virou símbolo de uma geração que troca terapia por colecionáveis, e DR por unboxing. O mecanismo? Compre sem saber qual vem dentro, e talvez, com sorte, receba junto um sopro de dopamina.
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A versão original — Labubu, da Pop Mart — já virou artigo de luxo ostentado por celebridades. Rihanna, Dua Lipa, Lisa (Blackpink) e, no Brasil, nas mãos de Virgínia Fonseca e Maya Massafera.
Mas como nem todo mundo tem R$ 7 mil sobrando para um boneco com selo de autenticidade, surgiu o primo humilde: o Lafufu. Réplica, sim. Menos glamouroso? Talvez. Mais acessível? Com certeza.
No Brasil, a versão “lafufada” é democrática: tem qualidade duvidosa, mas o mesmo poder de lembrar que talvez estejamos todos só tentando abraçar um monstrinho que se parece conosco.
Em suma: se o adulto brasileiro adotou bebês reborn para preencher o vazio afetivo, agora temos um novo salvador… peludo, bugado e com carinha de quem entende o que é burnout.
Porque, claro, nada diz “estou bem emocionalmente” como colecionar monstros de pelúcia em plena vida adulta. Viva o Lafufu — e que venha o próximo surto coletivo com cheiro de nostalgia e plástico barato. 🧸✨
2025-06-17 20:00:00