Em entrevista, deputado Douglas Gomes fala sobre projetos em tramitação na Alerj

O parlamentar quer crianças fora de festas LGBTQIA+ e luta pra manter o Hospital da Lagoa funcionando. Eduardo Tchao: Deputado Douglas Gomes tem um projeto de lei sobre a presença de crianças em festas. Que proposta é essa? Douglas Gomes:



O parlamentar quer crianças fora de festas LGBTQIA+ e luta pra manter o Hospital da Lagoa funcionando.

Eduardo Tchao: Deputado Douglas Gomes tem um projeto de lei sobre a presença de crianças em festas. Que proposta é essa?

Douglas Gomes: É um projeto de lei que busca proibir a participação de crianças em eventos LGBTs, como as paradas que ocorrem no estado do Rio de Janeiro. Temos recebido diversas denúncias, inclusive de pais e parentes, relatando que esses ambientes não são adequados para crianças. Muitas vezes chegam até o nosso gabinete queixas sobre comportamentos explícitos em plena luz do dia. Diante desse clamor popular, tomamos a iniciativa e apresentamos o projeto. Ele tem gerado repercussão positiva dentro da Alerj, e estamos conseguindo apoio para que avance.

Tchao: O que falta para que ele seja aprovado? Ainda precisa passar pelo plenário?

Douglas: O projeto ainda vai passar pela Comissão de Constituição e Justiça. Já estamos conversando com o presidente da CCJ e, assim que for aprovado, vamos entrar com um pedido de urgência para que ele seja votado em plenário o quanto antes.

Tchao: E sobre o Hospital da Lagoa, que é federal. O que está acontecendo?

Douglas: O Hospital da Lagoa é uma unidade importantíssima, com cerca de 12 mil atendimentos por mês e mais de 3 mil cirurgias mensais. Hoje, são mais de 5 mil pessoas na fila. É um hospital que atende não só o município do Rio, mas o estado inteiro — inclusive pacientes de outros estados.

O governo federal, por meio do ministro Padilha, está propondo um desmembramento. A ideia é restringir o atendimento a um grupo específico — se não me engano, crianças e mulheres. Com isso, procedimentos como cirurgias de próstata, por exemplo, deixariam de ser realizados. E o mais grave: não há clareza sobre para onde serão encaminhadas as pessoas que deixarem de ser atendidas ali.

Se há 5 mil pessoas na fila esperando pelo Hospital da Lagoa, e ele vai parar de atendê-las, para onde vão? Para o Fundão? Para Bonsucesso? Para Niterói? Essa explicação simplesmente não existe.

Tchao: E qual é a justificativa oficial? Falta de investimento?

Douglas: A alegação do governo é que se trata de uma expansão. Mas, na prática, o que temos visto nos diários oficiais é corte de recursos. Recentemente, foi anunciado um corte de R$ 30 bilhões do orçamento geral — sendo cerca de R$ 3 bilhões só da saúde. Isso vem afetando principalmente os hospitais federais no Rio.

Tchao: Então, por enquanto, esses são os dois focos principais do mandato?

Douglas: Sim, estamos centralizando esforços nessas duas pautas. Há outros projetos em andamento, mas o foco agora é impedir que o Hospital da Lagoa seja fechado — porque, na prática, é isso que vai acontecer. A proposta é transformá-lo em um centro ambulatorial voltado para um público que não é o mesmo que tradicionalmente busca atendimento ali.

Estamos em articulação com deputados federais, como o Altineu Côrtes, que é vice-presidente do Congresso, e também com o governador Cláudio Castro. Sabemos que é uma pauta federal, mas os impactos recaem diretamente sobre o estado. Se o hospital parar de atender, a sobrecarga vai cair sobre a rede estadual e municipal, que já são extremamente precárias.



Conteúdo Original

2025-06-20 16:46:00

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