Crise nos Correios vira bomba de R$ 20 bi no colo de Lula

A crise financeira dos Correios atingiu um ponto crítico e expõe, com força inédita, a fragilidade da condução da estatal sob o governo do PT. Com um rombo acumulado de R$ 4,37 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025 —


A crise financeira dos Correios atingiu um ponto crítico e expõe, com força inédita, a fragilidade da condução da estatal sob o governo do PT. Com um rombo acumulado de R$ 4,37 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025 — quase o triplo do prejuízo do mesmo período do ano anterior — o governo Lula articula um socorro de até R$ 20 bilhões para evitar o colapso da empresa.

O caso reacende críticas à condução petista das estatais e revive memórias de escândalos passados envolvendo os Correios, como o que deu origem ao mensalão. A oposição já explora o episódio como símbolo da ineficiência da máquina pública sob o comando do PT, enquanto o governo tenta evitar que o desgaste contamine outras áreas da administração.

O Conselho de Administração da estatal se reúne nesta quarta-feira (15) para deliberar sobre o pedido de empréstimo. A expectativa é que o financiamento cubra os R$ 10 bilhões necessários em 2025 e mais R$ 10 bilhões em 2026. Embora o governo tente evitar um aporte direto do Tesouro, essa possibilidade não está descartada, dependendo do espaço fiscal disponível.

A operação, que envolve Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e bancos privados como BTG Pactual, Citibank e ABC Brasil, terá garantia do Tesouro Nacional e está condicionada à adoção de medidas duras de ajuste, como um plano de demissão voluntária (PDV), mudanças no plano de saúde dos funcionários e renegociação de passivos, contrariando o que prega a base petista.

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Correios ladeira abaixo

A situação da estatal se deteriorou a tal ponto que, em julho, os Correios chegaram a não ter caixa suficiente para pagar a folha de salários, após o acionamento de cláusulas contratuais de um empréstimo anterior de R$ 1,8 bilhão. O episódio deflagrou uma renegociação emergencial com os bancos credores e acendeu o alerta máximo no Palácio do Planalto.

A crise também provocou a queda do então presidente da estatal, Fabiano Silva, que deixou o cargo sob forte pressão política após entregar resultados financeiros desastrosos. Sua gestão foi marcada por promessas não cumpridas de contenção de gastos e reestruturação. Em seu lugar, assumiu Emmanoel Schmidt Rondon, funcionário de carreira do Banco do Brasil, com perfil técnico e foco em gestão. Sua missão: tirar do papel um plano de reestruturação que promete cortar custos e reposicionar a empresa no mercado.

A crise dos Correios se tornou, assim, um teste de fogo para a capacidade de gestão do governo Lula — e um lembrete de que, sem reformas estruturais, o peso das estatais pode voltar a comprometer o equilíbrio das contas públicas.

  • Com informações da Folha e UOL



Conteúdo Original

2025-10-15 10:20:00

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