CPI das Câmeras pressiona seguradoras por suspeita de pagamento ao crime organizado

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) realiza nesta segunda-feira (08/09), às 10h, uma audiência decisiva da CPI das Câmeras, que investiga o funcionamento de sistemas de videomonitoramento em locais públicos e sua relação com o crime


A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) realiza nesta segunda-feira (08/09), às 10h, uma audiência decisiva da CPI das Câmeras, que investiga o funcionamento de sistemas de videomonitoramento em locais públicos e sua relação com o crime organizado. O foco da oitiva será a atuação de seguradoras e empresas de proteção veicular no resgate de veículos roubados — prática que, segundo denúncias, pode envolver pagamentos a traficantes e milicianos.

A sessão ocorre na sala 1801 do Edifício Lúcio Costa, sede do Parlamento fluminense, com transmissão ao vivo pela TV Alerj. O presidente da comissão, deputado Alexandre Knoploch (PL), elevou o tom após a ausência de diversas empresas nas reuniões anteriores. “A CPI está tendo bons avanços e nessa audiência esperamos já chegar em um ponto crucial na questão dos resgates de veículos feitos ao crime organizado”, declarou Knoploch, que não descarta conduções coercitivas caso os representantes não compareçam.

Knoploch endurece com seguradoras e associações após ausência em CPI

Suspeitas de financiamento ao crime

A CPI apura denúncias de que empresas de proteção veicular e seguradoras estariam, indiretamente, financiando facções criminosas ao pagar por resgates de veículos furtados em áreas dominadas por traficantes. Segundo a Polícia Civil, há indícios de que valores são repassados a criminosos em comunidades do asfalto, fora das favelas.

Durante a última reunião, representantes da Superintendência de Seguros Privados (Susep) revelaram que 449 associações de proteção veicular estão cadastradas para atuar no estado — número considerado alarmante pelos parlamentares. O deputado Alan Lopes (PL) alertou: “Se não é a polícia que recupera esses veículos, se não é o cidadão, pode ser um esquema gigantesco que estamos começando a descobrir agora.”

Em sessão, deputado Knoploch propõe cela mista de facções nos presídios

Empresas na mira

Entre as empresas convocadas estão Álamo, APVS, Quality Rio, Ativa Monitoramento, Attento, Atual Clube de Benefícios, Azul Seguros, Carsystem, HDI Seguros, Tokio Marine, Tracker Brasil, entre outras. A ausência recorrente dessas entidades tem gerado críticas e pode levar a medidas mais duras por parte da comissão.

A CPI das Câmeras se consolida como uma das mais explosivas da atual legislatura, ao escancarar a possível conexão entre o setor privado e o submundo do crime. A expectativa é que a audiência desta segunda-feira revele novos detalhes sobre o funcionamento das chamadas “recuperadoras de veículos” e sua relação – ou não – com facções criminosas.



Conteúdo Original

2025-09-08 07:00:00

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