Com informações do Tempo Real. A CPI das Câmeras da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) determinou, por unanimidade, a convocação de todas as cooperativas e seguradoras de recuperação de veículos roubados que não compareceram à reunião desta segunda-feira (25). A comissão investiga a possível ligação entre essas companhias privadas e o crime organizado.
Na abertura da sessão, o presidente da CPI, Alexandre Knoploch (PL), destacou as dificuldades enfrentadas para contatar as 21 empresas convidadas a participar da reunião. Segundo o parlamentar, isso evidencia que ainda há “muito trabalho a ser feito”.
“Ao longo desta semana, tivemos grande dificuldade para entregar os convites a diversas empresas de proteção veicular. Por e-mail, muitas não responderam e, presencialmente, os endereços informados não correspondiam aos reais. Claramente, uma forma de mascarar as atividades”, afirmou Knoploch.
E complementou:
“Quanto às seguradoras, demonstraram total falta de respeito, afirmando que enviariam representantes pela Susep [Superintendência de Seguros Privados], onde o convite é intransferível”.
A convocação foi aprovada pelos deputados Marcelo Dino (União), vice-presidente da comissão; Luiz Paulo (PSD), membro; e o suplente Alan Lopes (PL). Rodrigo Amorim (União), outro membro, chegou apenas depois que a aprovação já havia sido concluída.
Sobre a CPI das Câmeras
Instalada em 16 de junho, a CPI investiga empresas privadas responsáveis pela instalação de câmeras em locais públicos, além de cooperativas ligadas à recuperação de veículos roubados. A primeira oitiva ocorreu em 11 de agosto, com representantes de companhias de sistemas de vigilância e com o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Licenciamento do Rio, Gustavo Guerrante.
A comissão foi criada por iniciativa de Alexandre Knoploch. Ele apontou diversas irregularidades na atuação da empresa Gabriel, responsável pela instalação de câmeras e principal alvo da CPI, como a falta de licenciamento e a ausência de critérios legais claros para a colocação dos equipamentos.
A CPI das Câmeras também apura possíveis conexões entre seguradoras, cooperativas e o crime organizado. O objetivo é entender por que os custos dos seguros de veículos no Rio são tão altos, sob a suspeita de que parte dos valores pagos possa estar alimentando práticas criminosas.
2025-08-25 12:02:00